terça-feira, 30 de outubro de 2012

Scouting


domingo, 28 de outubro de 2012

O Fundamento das Academias de Futebol


As Academias de Futebol, hoje em dia, fazem parte das estruturas dos maiores clubes de futebol mundial. Todos os agentes desportivos compreendem que o investimento neste tipo de estrutura, poderá trazer ganhos significativos para um clube, evitando o gasto na contratação de jogadores e aumentando a possibilidade de um encaixe financeiro, através da venda de ativos formados no clube.

Mas como refere Pedro Mil-Homens, uma Academia de Futebol, “…é uma escola dentro do clube”. Se é uma escola, não poderá ser o futebol o único pilar de intervenção. Neste sentido, depreendemos que existe uma grande responsabilidade dos agentes que integram uma academia. O sonho dos jovens que ingressam numa academia será sempre chegar à equipa principal! Mas como é óbvio, será impossível que haja espaço para todos. Por esse motivo, o futuro daqueles que nunca chegarão ao plantel principal não poderá ser hipotecado. Lee Kershaw, diretor da academia do Manchester United refere que “…muitos do jovens que passam pela nossa escola nunca irão jogar no Manchester United. A grande parte deles não irá, de certeza. Não tenho números certos, mas provavelmente só 10 a 15 por cento dos nossos miúdos chegam ao plantel do Manchester. Por isso temos de os obrigar a seguirem os estudos, porque o mais importante é que tenham sucesso na vida.”

Para que haja um espírito de academia, com todas a vertentes formativas bem definidas e com uma coerente política de intervenção, o mais importante não será única e exclusivamente o espaço “físico” de trabalho. Como refere Pedro Luz, secretário técnico da formação do SCP, “a importância do espaço (Academia) em si é relativa, na minha opinião. O que eu penso é que o conjunto do espaço, das pessoas que cá estão dentro, da competência de cada uma delas, daquilo que é feito ao nível do recrutamento inicial, selecionando os melhores dos melhores, esse conjunto de fatores sim, torna importante este projeto, dá importância a este projeto.”

O que gostaria de reforçar com isto, é que a Infraestrutura academia tem a importância que tem! Fundamental é existir uma estruturação da formação, no sentido de proporcionar uma formação consolidada e direcionada, para os objetivos definidos para o futuro jogador profissional, ou simplesmente para o futuro cidadão que passou pela academia.

Ao nível desportivo, segundo Stratton (2004) “…o currículo padrão de uma academia poderá ter algumas variantes consoante os objetivos, valores, aspirações e finanças de cada clube.” A figura 1 apresenta um exemplo de currículo padrão de uma academia.

 
É fundamental compreendermos que a relação que existe entre todas as componentes do currículo interagem e complementam-se entre si, devendo ser vistas com um nível de dependência obrigatório, ou seja, como um TODO. Fácil também será perceber, que as competências desenvolvidas no currículo padrão de uma academia, poderão ser uma mais-valia, em contextos profissionais e sociais, que vão para além do mundo do desporto. Concluo assim referindo, que no desporto não se formam apenas desportistas!

NOTA: este artigo foi escrito, tendo como base um trabalho de monografia de Moita, M. (2008), intitulado: Um percurso de sucesso na formação de jogadores em Futebol. Estudo realizado no Sporting Clube de Portugal – Academia Sporting/Puma. Penso que este, poderá ser um documento orientador importante, para todos os agentes responsáveis pela organização de departamentos de formação dos clubes desportivos.

REMATE DA SEMANA: “Desporto e pedagogia, se os juntassem como irmãos, esse conjunto daria verdadeiros cidadãos! Assim, sem darem as mãos, o que um faz, o outro atrofia.” António Aleixo
 
Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 9.10.2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O grande brinquedo que a Sociedade roubou à Criança… a Rua


Quantos de nós não nos lembramos do tempo que passava-mos na rua. De entre muitas brincadeiras que nos ajudaram a crescer e desenvolver as nossas capacidades, o futebol e o berlinde eram as atividades que mais agradava os moços, o elástico e a macaca, as moças.

Com a evolução dos hábitos e costumes as crianças começaram a ser empurradas para dentro de casa. O aumento da criminalidade, a ausência de espaços exteriores de lazer, o desenvolvimento dos brinquedos tecnológicos e a falta de tempo dos encarregados de educação, condicionam as brincadeiras em total liberdade espácio-temporal. Mas não só! Sobretudo o zelo exagerado que desencadeia um sentimento de protecionismo desmedido e o excesso de atividades ditas organizadas ou institucionalizadas, impedem que a criança tenha tempo para se exprimir em total liberdade. Como refere o investigador Alberto Nídio Silva, hoje há “… uma espécie de regresso às cavernas, as crianças fecham-se num refúgio de luxo conectado com o mundo - o virtual em vez do real, o site em vez do sítio. É certo que elas continuam num mundo lúdico de encanto, mas fazem-no sem irmãos, nem vizinhos, nem amigos informais”, explica o especialista em sociologia infantil.

Outrora, a rua era um local privilegiado de aprendizagem. Neste espaço a criança podia brincar livremente, sem qualquer tipo de supervisão. Brincar a “céu aberto”, promovia o desenvolvimento do saber estar em liberdade, da autonomia, da criatividade, da capacidade de adaptação ao inesperado, da responsabilidade de estar por sua conta, da capacidade de partilha, do desenvolvimento da capacidade relacional, um gasto energético que reduzia o aparecimento da obesidade infantil, etc. Segundo o investigador Carlos Neto, hoje, “o único sitio que resta para brincar em liberdade é o recreio da escola”. Desculpem-me a expressão, mesmo assim o recreio da escola não o considero total liberdade, mas sim “liberdade condicional”.

Sinto saudades de sentir o barulho do espírito infantil, desencadeado pelo último toque da campainha, no final do dia de escola. Jogos como as escondidas, saltar à corda, saltar ao elástico, jogar à bola, jogar ao berlinde… Tudo tende a acabar! E muito se perderá com isso.

Muitos estudos estão a surgir no sentido de contrariar a tendência de empurrar as crianças para as brincadeiras estáticas e individuais. Nas cidades mais evoluídas, estão a ser formadas equipas multidisciplinares, para que sejam tomadas medidas de promoção da brincadeira pelo jogo livre. Segundo Carlos Neto, a“…transformação dos espaços urbanos têm vindo a colocar o problema da conceção e implementação de áreas especiais no ambiente construído, ambientes projetados nos quais a criança tenha ocasião de explorar, crescer, adaptar-se e construir-se pessoal e socialmente através do jogo. Um espaço de jogo é mais que um espaço físico.” Esperamos que pegue moda e que chegue a todo lado! As crianças precisam de brincar livremente para crescer. Felizmente cá no interior, as crianças ainda podem disfrutar de espaços que permitem brincadeiras ao ar livre, de forma segura e equilibrada!

 Uma boa semana! Se tiver filhos, pense, de que forma lhe pode proporcionar espaços e tempos de brincadeira apropriados! Aproveite e divirta-se com ele! Existem tantas alternativas! Faça-o por ele e também por si…

 FRASE DA SEMANA "Não se deve interromper a concentração de uma criança que está a brincar"  (Nylse Cunha)

 Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 2.10.2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sá Pinto poderá ter sido um treinador prematuro!

Todos nós sabemos que Ricardo Sá Pinto foi dos jogadores mais queridos pela massa associativa do Sporting Clube de Portugal, tanto pela sua dedicação ao clube, como pela sua postura dentro de campo, que lhe atribuiu o apelido de “Ricardo Coração de Leão”.

Como jogador, a sua carreira profissional iniciou-se no Sport Comércio e Salgueiros, tendo sido transferido para o Sporting em 1994. Passou depois pelo Real Sociedade (de 1997 a 1999), tendo posteriormente voltado ao Sporting. Sá Pinto teve também a oportunidade de representar a Seleção Nacional.

Para que veja a relação próxima de Ricardo Sá Pinto com a massa associativa, quando mais tarde se transferiu para o Standard de Liége, utilizou a camisola 76, em homenagem à claque leonina, que foi fundada em 1976. Em sinal de reciprocidade a Juventude Leonina também ostenta em todos os jogos uma tarja em honra do "Grande Capitão”.

Depois de ter passado pela função de diretor desportivo (2009/2010) que abandona devido ao mediático caso com Liedson, onde se envolveu em agressões física e verbais, decidiu enveredar pela carreira de treinador, iniciando-se  como adjunto do União de Leiria. Passado um ano, a convite da nova direção do Sporting, assume-se como treinador da equipa de juniores. A 13 de fevereiro de 2012, após despedimento de Domingos Paciência, torna-se treinador da equipa profissional do seu clube do coração.

Assim sendo, a carreira de Ricardo Sá Pinto ainda nem sequer completou 3 anos. Torna-se treinador de um grande, sem nunca ter assumido a liderança de um outro clube de menor dimensão, o que é no mínimo estranho! A que isto se deve? Não se sabe bem, mas que se torna prematuro, sem dúvida que sim!

Se comparar-mos com as carreiras dos seus adversários, constatamos o seguinte:

- Vítor Pereira – Como treinador de formação: iniciados do Padroense e F.C. Porto; Como treinador adjunto: Gondomar, Arrifanense, Esmoriz e F.C. Porto. Como treinador principal: Sanjoanense, Sporting de Espinho, Santa Clara e Por fim F.C. Porto. Conclusão mais de 10 anos até chegar a técnico principal de um grande português.

- Jorge Jesus – Apenas como treinador principal: Amora, Felgueiras, Estrela da Amadora, Vitória de Setúbal, Guimarães, Moreirense, União de Leiria, Belenenses, Braga e finalmente o Benfica. Conclusão, iniciou a sua carreira de treinador em 1989 e chegou ao S.L. Benfica em 2009. 20 anos até chegar a técnico de um grande português.

José Mourinho em determinada altura, quando fez uma análise justificativa da sua carreira de sucesso explicou: “as etapas sucederam-se de forma sustentada e progressiva, nada foi abrupto.” Relembro que o melhor do mundo, apresenta uma fase preparatória muito importante, nomeadamente como adjunto de grandes treinadores como Van Gaal e Bobby Robson. Esteve também como técnico principal de clubes de menor dimensão, até chegar ao F. C. Porto, onde o sucesso obtido abriu-lhe as portas para uma carreira de sucesso pelas grandes ligas europeias. Melhor exemplo de carreira progressiva e sustentada não pode haver.

Só me almeja especular questionando, será que o n.º 76 de Juventude Leonina teve alguma culpa no cartório?

Tendo em conta os exemplos mencionados, e a noção que é necessário tempo para amadurecer, a forma como Ricardo Sá Pinto chegou a técnico principal do Sporting, merece uma análise em duas perspetivas: 1 - Uma clara coragem e vontade de ajudar o seu clube do coração, apanhando aquele comboio que só passa uma vez, como se costuma dizer na gíria do futebol! 2- Alguma irresponsabilidade de quem decide, atirando um técnico que ainda não possui uma carreira consolidada, diretamente para o meio dos leões! Bem ou mal, o tempo e os resultados nos irão dizer. Vamos ver quanto tempo vai aguentar a corda bamba!

 REMATE DA SEMANA: "As carreiras, são como os foguetões. Nem sempre são lançadas conforme o programado. O segredo é continuar a trabalhar nos motores." (Gary Sinise)

Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 25.09.2012

A Incoerência dos Castigos! Luisão, Hulk e afins!

No dia 14 do presente mês, em comunicado no site da Federação Portuguesa de Futebol, tivemos a oportunidade de ler mais uma deliberação da Secção não profissional do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. Este órgão considerou “…procedente a acusação deduzida contra o jogador arguido, Anderson Luís da Silva e, em consequência, aplicou-lhe a sanção de suspensão por dois meses e, acessoriamente, a sanção de multa de 25 UC (2.550,00 €), pela prática da infração prevista e punida pelo artigo 145º, nº 1, alínea b), do Regulamento Disciplinar das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.”

Vejamos então o conteúdo do artigo 145º, n.1, alínea b):

Agressões
1. São punidas nos termos das alíneas seguintes as agressões praticadas pelos jogadores contra os membros dos órgãos da estrutura desportiva, elementos da equipa de arbitragem, observadores, delegados da Liga, dirigentes ou delegados ao jogo de outros clubes, agentes de segurança pública, e treinadores:
a. No caso de agressão que determine lesão de especial gravidade, com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de três meses e o máximo de três anos e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 50 UC e o máximo de 250 UC;
b. Noutros casos de agressão, com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de dois meses e o máximo de dois anos e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 25 UC e o máximo de 125 UC.”

Além disto o órgão da Federação de Portuguesa de Futebol informou: “Tal como expressamente solicitado pela FIFA, esta decisão vai ser remetida para o organismo que tutela o Futebol Mundial.”

Preferência clubística à parte, pois considero que esse tipo de manifestações é desajustado a espaço de opinião, causa-me alguma admiração, a forma como se tomam decisões nestes órgãos de tão nobre poderio institucional!

Descrição de alguns casos na Liga Portuguesa:

- Luizão, agressão a um elemento da equipa de arbitragem: 2 meses de suspensão, 2.550 euros de multa;

- Hulk, agressão a um elemento de segurança privada: o Conselho Disciplinar da Liga atribuiu 4 meses de castigo. Depois de ter falhado 14 jogos, o Conselho de Justiça da Federação decidiu reduzir os castigos para três jogos e uma multa associada de 2500 euros. Analisando as implicações destas duas decisões, verificou-se que o avançado, na altura do F.C. Porto, ficou inibido de competir injustamente em oito encontros da Liga Portuguesa, dois da Taça de Portugal e quatro da Taça da Liga.

- Sapunarú, o Conselho Disciplinar da Liga atribuiu 6 meses de castigo. Depois de ter falhado 14 jogos, o Conselho de Justiça da Federação decidiu reduzir os castigos para quatro jogos e uma multa associada de 4500 euros. Mais um jogador que ficou injustamente sem competir, uma quantidade significativa de jogos!

Será que estes órgãos de decisão, beneficiam a modalidade quando tomam decisões de extremo a extremo? De 4 meses de suspensão para três jogos, ou de 6 meses para quatro jogos? Não será uma discrepância grande demais? Alguém errou na atribuição do castigo? Que penalização teve? Não serão factos que alimentam polémicas desnecessárias?

E toda esta estranheza vai continuar a pairar dentro dos adeptos da modalidade! Cada caso é um caso, mas permitam-me a comparação por exemplo do caso do Hulk (castigo inicial - 4 meses), com o caso do Luisão (castigo inicial - 2 meses):

Análise da agressão em relação à vítima: Será que uma agressão a um membro da segurança privada (ou assistente de estádio) é mais grave que uma agressão a um elemento da equipa de arbitragem? Para mim, qualquer tipo de agressão a um ser humano é grave! Portanto, no mínimo o castigo deveria ser igual! Caso contrário, fica subentendida uma desvalorização do papel da equipa de arbitragem no jogo, pois desvalorizou-se o castigo relativo à agressão a um árbitro.

Análise da agressão em relação fonte de informação: As imagens de uma câmara de vigilância são mais fidedignas, que as nítidas imagens de um órgão de comunicação social? No mínimo a mesma importância! Digo eu!

E todos estes casos, do … agora decide Secção não profissional do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, mais tarde decide o Conselho Disciplinar da Liga, depois vem o Conselho de Justiça da Federação e diz que não é assim, mais tarde, vem a FIFA e mexe o tacho já remexido! Tanto tacho e tanta panela que me obriga a citar o ditado, “Panelas que muito se mexe, ou sai ensosso ou sai salgado!”

Sinto que esta falta de clareza nos processos, só prejudica o interesse sobre a modalidade, aumentando em simultâneo a descrença quanto à verdade desportiva. Percebo que são os procedimentos normais, mas tanta incoerência e discrepância decisional, causa, no mínimo estranheza!

REMATE DA SEMANA: Se não conhecemos os nossos pontos fracos, as nossas falhas e a nossa incoerência, não poderemos alcançar a dignidade.”Danilo Gandin

Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 18.09.2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Competições Europeias: Impacto nos Cofres dos Clubes


No início do presente mês, fechou o prazo de inscrição de jogadores, para as competições europeias. Já a partir do próximo dia 18 e 20 de setembro, irão iniciar-se as fases de grupos da UEFA Champions League (CL) e da UEFA Europa League (EL), respetivamente. Os clubes portugueses que participarão nestas duas provas, tentarão preparar-se da melhor forma para que tenham um bom desempenho. Para além do prestígio desportivo, da participação de um clube nestas competições, estarão muitos milhões em jogo.

FC Porto e Benfica tinham lugares garantidos na Liga dos Campeões, em virtude da sua classificação no campeonato português da época 2011/2012. O Braga conseguiu juntar-se ao Porto e ao Benfica, depois de ultrapassar a Udinese no play-off. Assim, Portugal vai ter pela terceira vez em toda a história, três equipas na fase de grupos da Champions League. Relativamente à Liga Europa, a Académica já tinha conseguido acesso direto à fase de grupos por ter vencido a Taça de Portugal. Ao clube de Coimbra ainda se juntou o Sporting e o Marítimo, depois de ultrapassarem o Horsens da Dinamarca e o Dila Gori da Geógia, respetivamente.
Estas competições, são oportunidades únicas para que os clubes encham os cofres, permitindo que tenham cada vez mais condições, para melhorar qualitativamente os ativos que constituem os seus planteis.
Para que o leitor tenha uma ideia dos valores envolvidos nestas competições, passo a reproduzir a informação publicada no site da especialidade, www.futebolfinance.com:

1. Prémio de participação: igual para todos os clubes (3,9 milhões de Euros na CL 11/12 e 620 mil Euros na EL 11/12);

 2. Bónus pela participação nos jogos da fese de grupos: bónus atribuído a todos os clubes independentemente dos resultados alcançados (550 mil Euros na CL 11/12 - total de 3,3 milhões de Euros - e 60 mil Euros na EL 11/12 - total de 360 mil Euros);

3. Prémio pela performance na Fase de Grupos (800 mil por cada vitória e 400 mil por cada empate na CL 11/12 e 140 mil por cada vitória e 70 mil por cada empate na EL 11/12);

4. Market Pool: valor de direitos televisivos distribuidos de acordo com o valor do mercado televisivo do país de origem do clube;

5. Dezasseis-avos-de-final (apenas na EL): prémio pela passagem a esta fase da prova (200 mil Euros na EL 11/12);

6. Oitavos-de-final: prémio pela passagem a esta fase da prova (3 milhões de Euros na CL 11/12 e 300 mil Euros na EL 11/12);

7. Quartos-de-final: prémio pela passagem a esta fase da prova (3,3 milhões de Euros na CL 11/12 e 400 mil euros na EL 11/12);

8. Meias-finais: prémio pela passagem a esta fase da prova (4,2 milhões de Euros na CL 11/12 e 700  mil Euros na EL 11/12);

9. Finalista vencido (5,6 milhões de Euros na CL 11/12 e 2 milhões de Euros na EL 11/12);

10. Vencedor (9 milhões de Euros na CL 11/12 e 3 milhões na EL 11/12);

11. Há também que considerar o Market Pool distribuído pelas equipas que participam na EL provenientes na CL por terem atingido o 3º lugar na fase de grupos desta competição.
  Num estudo publicado no site da especialidade referido anteriormente, foi revelado que Portugal, nas últimas três épocas, conseguiu trazer das competições europeias cerca de 104 milhões de euros, provenientes da participação de cinco clubes nas competições da UEFA.
Relativamente à análise feita aos clubes, verificou-se que existem dois portugueses no topo 20. Em 15º lugar está o FC Porto com um encaixe de 39.209.000 € e em 18º lugar o S. L. Benfica, com 36.400.000 €. Um pouco mais abaixo na classificação da UEFA, ainda tivemos em 49º lugar o Sporting de Braga 18.591.000 €, em 67º o Sporting C. P., 8.724.000 € e por fim, o Nacional da Madeira em 117º lugar, com um encaixe financeiro de 1.442.000 €.

Se as três épocas anteriores, com cinco clubes participantes foram prósperas, agora com a participação de mais um, esperamos que o êxito seja ainda maior. Tanta falta fará ao país esse dinheiro, no momento que atravessamos! Desejamos que seja devidamente aplicado!

REMATE DA SEMANA: “Ganhamos força, coragem e confiança, a cada experiência em que verdadeiramente paramos para enfrentar o medo.”
(Eleanor Roosevelt)

Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 11.09.2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Competências relacionais do treinador


Cada vez mais se procura conhecer, quais as caraterísticas que despoleta o sucesso dos treinadores na sua atividade profissional. Segundo Pacheco (2005) “…a preparação dos jogadores assume-se como um processo complexo, que exige o domínio de um leque alargado de competências”. Na minha opinião, este domínio de competências diz respeito a dois cenários: 1. o treino como um meio de preparar os jogadores/equipa para a competição; 2. a forma como o jogo é gerido, com base nos sucessivos acontecimentos.

Segundo o que tenho lido em artigos científicos da especialidade, o treinador deve ter um domínio alargado sobre algumas competências, no que diz respeito à sua atuação nos dois cenários anteriormente enunciados. Neste artigo, vou dar especial ênfase às competências afetas à relação do treinador com os diferentes agentes. Estas competências vão ser explicadas sucintamente, através de uma divisão concetual. Apesar de as apresentar separadas, considero que todas elas se relacionam, estabelecendo um clima de dependência no que à atividade do treinador diz respeito.

1.       Competências psicológicas

Será fundamental que o treinador seja capaz de avaliar o perfil psicológico dos seus jogadores. Além de traçar as suas características, deverá saber como é que o jogador reage a diferentes estímulos. É com base nestes pressupostos, que se equilibra a relação treinador-jogador. Assim, o treinador conseguirá perceber como deve lidar com cada elemento da equipa, como motivá-lo, puni-lo, corrigi-lo, regular o seu estado de ansiedade, aumentar ou diminuir os seus níveis de ativação, etc.

2.       Competência na comunicação

Todos nós sabemos que o treinador tem de comunicar com diferentes agentes desportivos. Desde a comunicação social até aos próprios jogadores, o treinador deverá ser capaz de transmitir a mensagem desejada. Uma mensagem mal interpretada, por um jogador, poderá colocar em causa o rendimento de uma equipa. Assim como, uma mensagem pouco objetiva, poderá fazer com que a comunicação social, extrapole para situações que ponham em causa a estabilidade do grupo de trabalho. Neste sentido quando o treinador comunica com os diferentes agentes desportivos, deverá sempre utilizar uma estratégia que leve a que o “eco” da sua mensagem, beneficie o grupo de trabalho, sendo que esta deverá ser a sua principal preocupação. Segundo Beswick (2001) “… treinar é um acto de permanente comunicação, e os bons treinadores conseguem explicar claramente o que pretendem dos atletas, tornando-os capazes de concretizar aquilo que lhes é exigido.”.

3.       Competência na liderança

Tendo em conta aquilo que vamos observando dos melhores treinadores mundiais, a liderança é considerada como um aspeto “vital”, à sobrevivência do treinador no meio desportivo. A ação de liderar, na minha opinião, está diretamente relacionada com a capacidade de influenciar. Influenciar, para que o jogador/equipa, realize de uma forma motivada as tarefas propostas pelo treinador. Outra ideia que me parece importante, é que o estilo de liderança do treinador, seja capaz de aglutinar toda a equipa em torno das missões propostas para os diferentes jogos e, fundamentalmente, para os objetivos do clube.

 4.       Criatividade

A capacidade de encontrar novas soluções para os problemas relacionados com o jogo e treino, pode ser uma forma de criar um ambiente carismático à volta do treinador. Hoje em dia, muitos dos treinadores repetem aquilo que lhes é transmitido nas formações, ou copiam exercícios ou formas de jogar de outros. Penso que um treinador que promova situações novas, adaptadas ao contexto onde atua, pode transmitir uma forte imagem de competência. Fundamental, é que o produto da sua criatividade seja aceite e compreendido por todo o grupo de trabalho, para que todos se envolvam nas suas ideias, resultando num esforço comum que leve à vitória.

5.       Inteligência emocional

Tendo em conta as definições de inteligência emocional de Goleman (1999), associando-as às funções do treinador, este deverá ser capaz de reconhecer os seus próprios sentimentos e dos seus jogadores. Assim proporcionará um eficaz autocontrolo, que por sua vez, não permitirá que as emoções do jogo, influenciem negativamente a sua capacidade de tomar decisões sobre o mesmo.

 Reconhecendo a importância destas competências, parece-me fundamental que o treinador seja igual a si mesmo, tendo em conta que deve sempre fazer alguns ajustes, com base nos instrumentos e conhecimentos disponíveis, como aqueles que acabei de referir. Muitos olham para modelos de treinadores e tentam copiar as suas formas de atuação. Penso que uma cópia nunca consegue ser igual ao original, nem tão pouco melhor que o original!

Com certeza que sem perceber o efeito de um determinado medicamento, o médico nunca poderá prescreve-lo para chegar à cura de uma doença. O que muitas vezes não acontece no treino desportivo!… Muitos utilizam determinadas metodologias, exercícios e formas de estar, formas de comunicar e afins, sem perceber o seu efeito. Quando não se percebe o seu efeito, dificilmente se acredita que traga rendimento! Dificilmente se faz com que os outros acreditem que o efeito é profícuo!

REMATE DA SEMANA: “Os ventos e as ondas estão sempre do lado dos navegadores mais competentes”. Edward Gibbon

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 4.09.2012

O Coaching: Uma Área Impulsionadora do Rendimento!


Esta semana, sem previsão aparente, tive a oportunidade de conhecer um especialista na área do coaching. Depois de algum tempo de conversa com esse especialista, senti que os meus conhecimentos nesta área deveriam ser nitidamente aprofundados! Após algumas pesquisas, achei que seria um tema interessante, para vos apresentar no artigo que vos trago esta semana. Este é um tema transversal que não se aplica unicamente ao desporto mas sim, a todas as áreas profissionais, social, familiares, etc. Espero que vos desperte o interesse!

O que é o coaching?

Rui Lança menciona que "o coaching refere-se a uma categoria de comportamentos assentes num claro conjunto de valores, nomeadamente: auto-desenvolvimento, respeito e autonomia. Pode ser tomado como um processo que visa fomentar no coachee o conhecimento de si mesmo e impulsionar o desejo de melhorar ao longo do tempo (e a longo prazo), bem como a orientação necessária para que a mudança se produza.”

 
Segundo Timothy Gallwey (Técnico de Ténis nos EUA), “o coaching é uma forma de aprendizagem pessoal e não imposta, isto é, não se trata aqui do aprendiz tomar contacto com os novos conhecimentos cedidos por um professor, mas sim, do coach ajudar o seu discípulo a treinar as suas aptidões pessoais.”

 

 Quais os grupos de intervenção?

 De uma forma generalizada, o profissional do Coaching, tecnicamente denominado por “Coach”, é na prática um treinador que prepara o seu cliente para um conjunto de objetivos. Qualquer pessoa, grupo ou organização pode solicitar intervenção deste profissional das ciências do comportamento. Existem especialistas em diversas áreas, coaching executivo, de negócio, de vida, de carreira, familiar, para adolescentes, para crianças, de performance. Como é natural, vou dar mais incidência ao coach que intervém na área desportiva.

Curiosamente, muitos treinadores desportivos, recorrem a estes “treinadores” (Coach), para melhorar as suas competências de liderança, junto de todos os intervenientes.

Mas a atuação destes profissionais, na otimização de resultados desportivos, não se prende apenas com treinadores, também têm tido reconhecidos resultados com desportistas. André Agassi, Tiger Woods e Michael Jordan são exemplos disso mesmo. Estes bons resultados, deveram-se e muito, à favorável relação complementar que os técnicos de coaching estabeleceram com as respetivas equipas técnicas pois, todos integraram a mesma missão, aumentar o rendimento dos desportistas.

Na prática como funciona?

Para responder a esta questão, recorri à procura de um pequeno exemplo, que possa elucidar o leitor sob uma das formas de intervenção do coach. Suzy Fleury é uma especialista em coaching que trabalhou com Rivaldo, Romário, Roberto Carlos, Ronaldo (fenómeno) e Ronaldinho Gaúcho. Numa entrevista dada num blogue da especialidade deu um exemplo resumido do efeito do coaching na modificação do comportamento de um desportista. Num determinado momento, atendeu um jogador da seleção brasileira, que no jogo anterior tinha cuspido um adversário, tendo ficado três jogos suspensos. Durante a sessão de coaching, foi-lhe perguntado “…qual o teu grande objetivo? Resposta: A seleção. Este comportamento ajuda-te ou atrapalha-te? Resposta: Atrapalha! Que ilações pode tirar do acontecimento? O que pode aprender com ele? O que pode melhorar? Não terás mais nenhuma oportunidade para cuspir! E não sei se vais continuar a ser considerado um jogador para a seleção brasileira!” Com isto a coach pretendeu trabalhar a consciência e reposicionamento de atitude, comportamento. Susy Fleuy acrescentou ainda que no final da consulta, o jogador em causa tirou a foto do filho da carteira e fez um compromisso com ele, escrevendo no verso da foto o compromisso assumido.

Neste exemplo é perentório que a especialista, através de perguntas e respostas, ajudou o desportista a descobrir o seu próprio caminho, sem que lhe tenha dito diretamente o que deveria fazer ou não. Este é um pequeno exemplo de uma forma de atuar individualmente, com vista a ultrapassar um problema, ajudando o desportista a focar-se no seu objetivo fundamental, neste caso a seleção.

Para que não fique com a imagem de qua a intervenção destes profissionais se resumem a diálogos, o Coach para intervir junto do seu cliente, poderá recorrer a entrevistas, análise de perfil, testes, exercícios práticos, jogos e avaliações que mostram como a pessoa se encontra no momento presente e o que ele necessita melhorar, entre outros.

Para saber mais sobre este assunto recomendo: http://coachdocoach.blogspot.pt/

REMATE DA SEMANA: “Todos possuem vontade de vencer, mas poucos possuem a vontade de se preparar para vencer.” Vince Lombardi

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 28.08.2012