O artigo que vos trago esta
semana, relaciona-se com um outro artigo publicado no jornal The Guardian, que não resisti em fazer
referência ao seu conteúdo.
Desportivamente a Alemanha atingiu um nível muito elevado.
Depois de passar por um embaraçoso Euro 2000, neste momento consegue colocar
duas equipas na final da Liga dos Campeões. Este fato leva-nos a pensar que
alterações existiram para proporcionar tal proeza? Segundo refere o artigo do
jornal The Guardian, passa por um
sistema bem elaborado, que valoriza treinadores e nutre o talento desportivo.
O futebol alemão está a crescer, colhendo os frutos da
estratégia que delineou. Depois de realizar uma revisão do futebol juvenil, a
Federação de Futebol Alemã, a Bundesliga e os clubes decidiram que a prioridade
seria o desenvolvimento de mais jogadores nacionais. Isto levou à criação de 400
centros de produção de talento, tendo sido construídos mais de 1000 campos de
futebol.
Os frutos estão aí para todos verem. Joachim Löw, treinador da Alemanha, é abençoado com uma geração de talentosos jovens jogadores - Andre Schürrle (22), Thomas Müller (23), Mats Hummels (24 ), Mesut Ozil (24), Marco Reus (23), Toni Kroos (23) ... e não só, a lista é longa.
Mais se acrescenta que 26 jogadores que estiveram na final da Liga dos Campeões (Bayern de Munique e Borussia Dortmund), poderão jogar na seleção Alemã. Mais de metade desses jogadores foram alvo do programa de desenvolvimento de talentos Federação, que foi introduzido em 2003. Este projeto, não se baseou apenas na criação de infraestruturas. Abrangeu 366 regiões da Alemanha, numa iniciativa impressionante, que atingiu crianças dos 8 aos 14, servidos por 1.000 treinadores da federação, que trabalham em cooperação com os clubes. Uma importante medida foi a formação destes treinadores. Para integrar o projeto teriam que possuir, no mínimo o nível UEFA b. Pergunto eu, porque é que os treinadores nacionais e os técnicos distritais, não têm uma forte interação com os clubes, nos sentido de proporcionar ações de formação aos treinadores e sessões de treino com os jovens jogadores, em vez de estarem apenas preocupados em andar a ver jogos, para encontrar jogadores que possam integrar as seleções distritais e/ou nacionais.
O espírito com que os jovens jogadores são estimulados para encarar os jogos, é um fator a ter em conta. Segundo Dutt, diretor desportivo da Associação de Futebol Alemã refere que "é importante ter a preocupação de ganhar alguns jogos na época, mas não é o aspeto principal. O principal é fazer um bom treino.” Apesar de desvalorizar o resultado desportivo, considera que a cultura alemã, faz com que os jovens necessitem do estímulo vitória, para que tenham um objetivo a alcançar.
Relativamente à formação dos treinadores refere: "Antes, na Alemanha, quem jogava na Bundesliga por alguns anos, era colocado a treinar o futebol juvenil. Os responsáveis pelo futebol alemão concluíram que estes não reuniam a formação suficiente para serem treinadores.” A medida foi misturar estes técnicos com outros que tinham estudado desporto nas universidades.
Dutt refere ainda a grande relação que a federação e as associações têm com os clubes no sentido de verem o que é melhor para os jogadores. Dá o exemplo de Jonathan Tah, jogador de Hamburgo, considerado um dos maiores talentos defensivos na Alemanha, que também é capitão da seleção Sub-17. Por vezes, este jogador não joga no seu clube de origem, para estar disponível para desenvolver as atividades do programa de desenvolvimento de talentos da Federação Alemã.
Os frutos estão aí para todos verem. Joachim Löw, treinador da Alemanha, é abençoado com uma geração de talentosos jovens jogadores - Andre Schürrle (22), Thomas Müller (23), Mats Hummels (24 ), Mesut Ozil (24), Marco Reus (23), Toni Kroos (23) ... e não só, a lista é longa.
Mais se acrescenta que 26 jogadores que estiveram na final da Liga dos Campeões (Bayern de Munique e Borussia Dortmund), poderão jogar na seleção Alemã. Mais de metade desses jogadores foram alvo do programa de desenvolvimento de talentos Federação, que foi introduzido em 2003. Este projeto, não se baseou apenas na criação de infraestruturas. Abrangeu 366 regiões da Alemanha, numa iniciativa impressionante, que atingiu crianças dos 8 aos 14, servidos por 1.000 treinadores da federação, que trabalham em cooperação com os clubes. Uma importante medida foi a formação destes treinadores. Para integrar o projeto teriam que possuir, no mínimo o nível UEFA b. Pergunto eu, porque é que os treinadores nacionais e os técnicos distritais, não têm uma forte interação com os clubes, nos sentido de proporcionar ações de formação aos treinadores e sessões de treino com os jovens jogadores, em vez de estarem apenas preocupados em andar a ver jogos, para encontrar jogadores que possam integrar as seleções distritais e/ou nacionais.
O espírito com que os jovens jogadores são estimulados para encarar os jogos, é um fator a ter em conta. Segundo Dutt, diretor desportivo da Associação de Futebol Alemã refere que "é importante ter a preocupação de ganhar alguns jogos na época, mas não é o aspeto principal. O principal é fazer um bom treino.” Apesar de desvalorizar o resultado desportivo, considera que a cultura alemã, faz com que os jovens necessitem do estímulo vitória, para que tenham um objetivo a alcançar.
Relativamente à formação dos treinadores refere: "Antes, na Alemanha, quem jogava na Bundesliga por alguns anos, era colocado a treinar o futebol juvenil. Os responsáveis pelo futebol alemão concluíram que estes não reuniam a formação suficiente para serem treinadores.” A medida foi misturar estes técnicos com outros que tinham estudado desporto nas universidades.
Dutt refere ainda a grande relação que a federação e as associações têm com os clubes no sentido de verem o que é melhor para os jogadores. Dá o exemplo de Jonathan Tah, jogador de Hamburgo, considerado um dos maiores talentos defensivos na Alemanha, que também é capitão da seleção Sub-17. Por vezes, este jogador não joga no seu clube de origem, para estar disponível para desenvolver as atividades do programa de desenvolvimento de talentos da Federação Alemã.
Relativamente à inclusão de jogadores estrangeiros, o
diretor desportivo da Federação Alemã questiona: “porque é que as academias da Bundesliga trazem raramente jogadores do
exterior?” A resposta é simples: "Se você deseja obter um jogador Africano, ou um jogador do Brasil, você
precisa de dinheiro, assim fica mais barato integrar jogadores da Alemanha.”
Conclui ainda, “e temos jogadores
suficientes aqui."
Em jeito de conclusão penso que se os clubes de futebol
portugueses, fossem mais apoiados pelas instituições que tutelam o futebol de
formação, através de um programa operacionalizável e sustentável,
proporcionando um estímulo à formação do jovem jogador português, a nossa
seleção teria jogadores com ainda mais qualidade, culminando num obvio sucesso
desportivo! Claro que há situações em que não nos podemos comparar com a
Alemanha, pois Portugal não tem a liquidez financeira para investir em
infraestruturas, nem a mesma base de recrutamento. Mas os bons projetos são
adaptáveis e nada estanques.
REMATE DA SEMANA: "Todos podem ver as táticas de minhas conquistas, mas ninguém
consegue discernir a estratégia que gerou as vitórias".Sun Tzu
Artigo Publicado no Jornal Tribuna
Desportiva de 28.05.2013
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