terça-feira, 7 de janeiro de 2014

R.I.P. Pantera Negra (25.01.1942 – ETERNIDADE)

Não o vi jogar em direto, mas as imagens que fui vendo na RTP memória e na Internet são elucidativas. As imagens e não só! O respeito e admiração de gerações mais velhas, não me deixam dúvidas, era mesmo um desportista de excelência, uma leda do futebol mundial. Faleceu Eusébio da Silva Ferreira, mas viverá eternamente na história do desporto, na história da nossa nação e na história da humanidade. Hoje, dia de reis, é também dia deste Rei… ingressou mais um mortal no mundo dos imortais!
Com o Pantera Negra, tudo foi diferente! Muitas vezes os humanos morrem e só se lembram da importância que eles tiveram em vida quando por cá não estão! Eusébio, por ser mesmo especial, foi homenageado sucessivamente ao longo da sua vida! Foi-lhe dado mérito, foi-lhe reconhecido significado. Por este aspeto temos de reconhecer a importância da instituição Sport Lisboa e Benfica, que em devida altura se serviu dele, mas posteriormente também o serviu permanentemente e perpetuou o seu nome e a sua história de vida! Como sinal do que refiro, em 1982 foi-lhe atribuído pelo clube lisboeta a “Águia de Ouro”, o mais alto galardão do Benfica, em 1982. O clube da Luz, colocou uma estátua de Eusébio à porta do estádio. Passo a redundância, reconhecido terá de ser o reconhecimento feito por esta instituição ao Pantera Negra, com estas significativas provas de gratidão! Para mim a maior prova, até nem foram as distinções, foi o acompanhamento que fez da sua vida, assumindo o papel de família!
 
Se o Benfica usufruiu deste eterno craque, a nação não o fez por menos! Eusébio levou bem alto o nome de Portugal. Salazar considerou-o património do estado, ao ponto de não o deixar sair para outros clubes, segundo ele, impossibilitou que auferisse melhores ordenado. Só após o 25 de abril é que conseguiu disputar outros campeonatos.
 
A nação e o mundo souberam reconhecer o seu inexcedível valor. Eusébio terminou a sua vida como embaixador da Seleção Portuguesa, pois a sua relevância atingiu a sociedade, ultrapassando os limites do mundo do desporto, sendo considerado um símbolo da nação. Eusébio recebeu várias distinções nacionais e internacionais, destacando-se os colares de Mérito Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990). Para que constate a transversalidade deste símbolo, Eusébio viu a sua imagem inspirar cronistas, realizadores, bandas de música, escultores ou outros criativos. Por Eugénio Silva, foi criada uma banda desenhada – Eusébio, o Pantera Negra, por Manuel Arouca uma mini série, da autoria de Manuel Arouca, um dos aviões da TAP tem o nome de Eusébio e até uma lontra no Oceanário foi batizada com o mesmo nome.
 
Estatisticamente a vida desportiva de Eusébio traduz “simplesmente” ao seguinte: em jogos oficiais marcou 671 golos pelas seleções e clubes. Pelo Benfica, foram 473 em 440 jogos oficiais. Foi 7 vezes o melhor marcador do campeonato português, 3 vezes o melhor marcador da Taça dos Campeões. Em determinada altura da sua carreira consegui marcar 32 golos em 17 jogos consecutivos. Referir que por 3 vezes marcou 6 golos num jogo. Foi 11 vezes campeão em 15 anos. Conquistou 17 títulos pelo Benfica: 11 campeonatos, cinco taças de Portugal e a Taça dos Campeões. E para terminar este resumo numérico, arrepia saber que só no joelho esquerdo sofreu 6 operações, um verdadeiro indicador de espírito de sacrifício, de capacidade de luta, de persistência, de ambição, de vontade de ser feliz através da sua atividade profissional! A sua vontade de vence tornou-o o primeiro português a ser considerado o melhor jogador da Europa, em 1965.
 
Fico triste porque partiu, mas por outro lado sossega-me o facto de ter sido acarinhado depois da sua vida fora das 4 linhas. Apesar de tudo, proporcionara-lhe sempre uma boa vida perto das 4 linhas! Eusébio, partiste…mas ficaste, não viverás…mas cá estarás! Eusébio, jogarás eternamente na equipa dos melhores de sempre! R.I.P
 
REMATE DA SEMANA: “Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça.” Leonardo da Vinci

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva