segunda-feira, 1 de julho de 2013

Crianças que abandonam a prática desportiva

 
Segundo uma recente publicação no couriermail, nos Estados Unidos 20 milhões de crianças inscrevem-se no beisebol, futebol, hóquei entre outros desportos competitivos. Apesar de tão volumoso número de inscrições, sabe-se que 70 por cento dessas pessoas, abandonarão a atividade antes de atingir os 13 anos de idade. Pior do que isso, segundo a National Alliance of Sports, nenhuma dessas crianças retomará a prática desportiva.
Muitas vezes são estas as crianças que passarão o tempo em frente aos ecrãs de computador, até chegar a hora de as levar ao hospital pelos problemas que advêm da obesidade.

Um dos problemas de abandono é que as crianças odeiam mães e pais que se comportam de forma agressiva e compulsiva durante os eventos desportivos dos mais novos, especialmente dos seus próprios.

É bom saber que os pais fazem tudo pelos seus filhos, mas comprar todo equipamento desportivo para que eles se parecem com mini-profissionais com 10 anos de idade, adquirindo botas de cerca de 300 euros parece-me exagerado!

Alguém que passou a vida a jogar, a treinar, e a refletir sobre como manter os jovens atletas no desporto é Peter Gahan, chefe dos jogadores e do desenvolvimento técnico da Austrália Baseball. Na sua opinião o divertimento precisa de estar no coração do desporto. Gahan refere que as pesquisas mostra que todos os desportistas precisam de uma atividade divertida nas suas sessões de treino. Ele diz mesmo que os países para terem desportistas de elite, devem incentivar a participação em massa.

Peter Gahan diz que a Nova Zelândia apresentou um programa de habilidades de movimento fundamental na escola primária, para supervisionar esse programa, foram distribuídos pelas escolas profissionais especialistas. Menciona ainda “pelo que ouvi, a Nova Zelândia vai começar a ultrapassar-nos nas próximas Olimpíadas, porque, com este programa, vão ter uma maior base de recrutamento de atletas para escolher. "

Então, por que a maioria das crianças saem do desporto?

Bem, um dos principais motivos, além dos óbvios - não gostar do treinador, não ter tempo suficiente, muita pressão - é a viagem de volta para casa de carro. A viagem de carro para casa, depois de treinar, pode ser um divisor de águas. Este momento é um verdadeiro espaço de ensino ininterrupto. “Jogaste bem ou jogaste mal”, “deverias ter feito isto ou aquilo”, “deverias ter passado”, “deverias ter chutado” são expressões muito usadas durante esta viagem.

A volta para casa de carro é quando a criança quer deixar tranquilamente o jogo – tanto na vitória como na derrota. As crianças sabem se jogaram bem ou mal. Não é necessário que lhes digam. O carro é um ambiente fechado muito intenso. É um espaço em que cada suspiro, cada encolher de ombros é amplificado.

Este artigo é uma adaptação do artigo escrito por Kathline Noonan do Couriermail. Não se pretende culpar os pais pelo abandono desportivo. Tem sim como objetivo fazer um conjunto de alertas para evitar estas situações de abandono precoce da prática desportiva.

Remate da Semana: “A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes”. Oscar Wilde
 

Nenhum comentário: