quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Intencionalidade do treino
Parece-me consensual que para uma equipa ter
sucesso nos confrontos com os seus adversários, é fundamental que esteja bem
preparada, sendo que para isso haja rendimento nas unidades de treino. Consideramos
que o treino é o principal meio para aumentar o rendimento da equipa no jogo.
É o treino que vai dar a conhecer os
comportamentos que a equipa deve ter nos diferentes momentos da competição. O
treino vai fazer com que a personalidade da equipa seja cada vez mais forte, proporcionando
um aumento da identificação com sua forma de jogar. Segundo Barbosa (2003) o treino possui uma
importância de especial destaque uma vez que é nele, e a partir dele, que se
possibilita aos jogadores a apreensão e assimilação de determinados comportamentos
pretendidos em Jogo.
O treino não deverá ser encarado como um fim,
mas como um meio para atingir um determinado objetivo definido pela estrutura
técnica e diretiva do clube. Depois de um diagnóstico das potencialidades individuais
e coletivos da equipa, surgem uma serie de processos relacionados com a
planificação, integrando fatores como o modelo de jogo a adotar, as carências
a colmatar, as capacidades a potenciar e as características da competição com
que a equipa se vai deparar. Neste sentido, o treinador deverá preparar a sua prescrição,
identificando quais as componentes ativas dos exercícios que vão levar a
atingir os objetivos definidos. Estes objetivos, deverão estar em permanente
ajuste, à medida que a equipa evolui, tendo o treinador a obrigação de fazer
aumentar a complexidade e exigência do treino, de uma forma proporcional ao
percurso evolutivo da equipa.
No meu ponto de vista, o treino deverá ser contextualizado, recriando o mais
aproximadamente possível, as situações que decorrem no jogo. O ideal será
chegar mesmo ao limite de recriar contextos que representem os problemas impostos
pelo adversário. Quando o anteriormente referido acontece, iremos atingir um
nível de especificidade, que permitirá aos jogadores transferir para a competição,
os conteúdos abordados, levando a equipa a atingir o máximo rendimento. Mesmo
em treino, a competição deverá estar maioritariamente presente, pois além de
ser um meio de motivação dos jogadores para desempenhar as tarefas propostas, é
uma forma de fazer emergir o conjunto de sentimentos e emoções presentes no
jogo.
As diferentes situações de treino deverão
proporcionar uma série de possibilidades decisionais, semelhantes à competição.
Os exercícios de hipótese única, poderão limitar a capacidade decisional do
jogador e da equipa. A decisão a tomar deverá ser realizada pelo jogador e não,
comandada por terceiros. O treinador terá o papel de dotar os seus jogadores,
com instrumentes que os auxiliem nas suas tomadas de decisão, levando-os a
resolver os problemas impostos pelo jogo.
Remate da Semana: “A diferença entre o
impossível e o possível reside na determinação de um homem.” Tommy Lasorda
Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 15.07.2013
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