domingo, 29 de abril de 2012

Ready, set, go – Jogos Olímpicos!

Faltam menos de 100 dias para o início dos Jogos Olímpicos (JO). Ainda pouco se ouve falar do evento, devido ao poder comunicacional que envolve o futebol, fato que inibe os média de falar sobre o grande, e mais importante evento desportivo mundial. O “boom” de informação acerca dos Jogos Olímpicos – Londres 2012, ainda vai ter de esperar o seu momento. Primeiro, deverá esperar pelo fim das principais ligas europeias de futebol. Em seguida, verão o seu espaço nos órgãos de comunicação social reduzido, pois serão ocupados com a fase final do Euro 2012, que vai decorrer entre 8 de Junho e 1 de Julho. Só depois destes eventos terem terminado, é que os grandes Jogos terão a projeção mediática que merecem. O evento iniciará no dia 27 de Julho e terminará no dia 12 de Agosto. Tanta emoção em tão pouco espaço de tempo, para os amantes do desporto!

Originalmente, os Jogos Olímpicos da Antiguidade foram realizados em Olímpia, na Grécia, do século VIII a.C. ao século V d.C. No século XIX, o Barão Pierre de Coubertin fundou o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894. O Comité Olímpico Internacional tornou-se o órgão dirigente do Movimento Olímpico, cuja estrutura e as ações são definidas pela Carta Olímpica.” (in Wikipédia)

O lema dos Jogos Olímpicos de Londres de 2012 será "Inspirar uma Geração”. Londres é a primeira cidade a sediar oficialmente os Jogos Olímpicos da Era Moderna por três vezes - as anteriores foram em 1908 e 1948. Este ano, em Londres, estima-se um investimento de 11 mil milhões de euros para a organização do evento, mas a experiência de edições anteriores demonstram-nos que este número tem tendência para crescer. Relativamente aos números do evento, os órgãos de comunicação social especulam que se estima uma participação de 10 500 atletas, 9 mil juízes, árbitros e oficiais, 20 mil jornalistas, 200 mil trabalhadores, 35 mil agentes de segurança (entre companhias privadas e polícia) e milhões de espectadores. O Estádio Olímpico terá uma lotação de 80.000 pessoas. Já a Aldeia Olímpica terá uma capacidade de alojar 18 mil desportistas. Esta infraestrutura, curiosamente, irá ter um serviço de distribuição de preservativos aos desportistas, estima-se 150 mil unidades! Parece que existem outras provas de carácter menos desportivo na Aldeia Olímpica!

Avançando para as receitas… serão vendidos cerca de 11 milhões de ingressos, apenas 4 milhões continuam à venda. A organização prevê que as receitas de bilheteira ultrapassem os 700 milhões de euros. Não sei bem se por contingência económica mundial ou capricho, as medalhas, nesta edição dos JO não serão de ouro puro, mas sim, de prata dourada.

No que diz respeito ao enquadramento Português, cerca de meia centena de portugueses já estão apurados para os JO, em dez modalidades desportivas. Como refere Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal, "vamos tendo cada vez mais atletas qualificados e espero levar um grupo perto dos 80, próximo do de Pequim. Estamos mais avançados. Face há quatro anos, temos mais 16, 17 atletas. Mas em Pequim tínhamos 12 atletas que eram campeões mundiais ou europeus e, neste momento, temos um, o João Pina [no judo], que está lesionado" (in Publico). Lembro o leitor que em 1996 – Atlanta, tivemos 107 participantes, em 18 modalidades. Nesta edição, Nelson Évora e Vanessa Fernandes, tão ilustres desportistas portugueses não participarão nos Jogos Olímpicos.

Estimulante, é sem dúvida o prémio dado aos portugueses que chegam ao pódio. A conquista de uma medalha de ouro nos Jogos de Londres vale 30 mil euros, a prata 22.500 e o bronze 17.500, mas mais importante que o prémio monetário, será a projeção mundial de estar presente no pódio.

Curiosamente, os árbitros portugueses, não estarão representados no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, continuo a achar que temos árbitros de qualidade, e que alguns mereciam estar presentes. Além disso, seria mais uma representação importante para o nosso país.

1ª REMATE DA SEMANA – Os meus sinceros parabéns ao Vitória de Sernache pelo título de Campeão Distrital. É um título merecido, pela regularidade exibicional e pela qualidade de jogo demonstrada ao longo da época.

2ª REMATE DA SEMANA – “Dar menos que o seu melhor é sacrificar um dom.” – Steve Prefontaine, corredor.

Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 24.04.2012

domingo, 22 de abril de 2012

Capitão de equipa - Para além da escolha de campo ou bola!


Num grupo de trabalhadores, de desportistas, de alunos, ou outro qualquer, deverá haver um elemento que dê voz ao próprio grupo! No caso do futebol o capitão de equipa, apresenta um papel importante na representação do grupo, sendo uma extensão do treinador em campo, assumindo fundamentalmente funções de grande responsabilidade. O capitão, não deverá ser uma escolha ocasional, mas sim bem ponderada pois, para além das responsabilidades constituídas no regulamento do jogo, acrescentam-se um conjunto de tarefas e comportamentos, que permitirão ajudar a equipa a percorrer o caminho para o sucesso.

Repare como se refere Jorge Jesus, a um dos capitães da sua equipa: “É um óptimo profissional. Trabalha comigo há três anos, conhece as minhas ideias. É mais um treinador que tenho dentro de campo. Tudo isso é importante para que continue no Benfica.” Jorge Jesus, com esta expressão, reconhece que devem existir jogadores que conheçam de uma forma aprofundada as suas ideias, filosofias e princípios. São jogadores que atuam junto dos colegas, de forma a orientarem as suas tarefas e comportamentos, como se de um “mensageiro” da equipa técnica se tratasse.

A relação que o capitão deve ter com o treinador, deverá ser tão próxima, que permita que as informações sobre o grupo de trabalho, cheguem à equipa técnica e vice-versa. A palavra que me parece mais acertada, para caraterizar a relação existente entre treinador e capitão, será certamente CONFIANÇA.

Na maior parte das vezes, este jogador tem uma importante voz ativa, na resolução de problemas emergentes no seio do grupo de trabalho, sendo até capaz de os resolver sem recorrer aos seus superiores hierárquicos.

Para além do conhecimento das ideias do treinador, deve ser um jogador que conheça bem a filosofia do clube, e que as consiga transmitir aos jogadores mais novos. Quem não se lembra de Fernando Couto, Jorge Costa, Bruno Alves, Pedro Emanuel entre outros no Futebol Clube do Porto? Quem não se lembra do peso que estes jogadores tinham no balneário, juntos dos restantes colegas de equipa? No futebol mundial, ao mais alto nível, existiram e continuarão a existir, capitães de equipa, com um peso tão grande, que muitas vezes levam ao despedimento de treinadores e até dispensa de alguns dos seus colegas!

Na minha opinião, para além da relação com a equipa técnica, um dos fatores mais importantes, para que a função do capitão seja realizada com sucesso, deverá ser a sua aceitação por parte do grupo. Sabendo esta importância, alguns técnicos permitem que a sua escolha seja influenciada por todos os jogadores do plantel. Existem também treinadores, que por outro lado, defendem que a escolha deve ser apenas feita pelos técnicos, para assegurar a relação de confiança, que referi anteriormente.

 A aceitação do capitão perante o grupo de trabalho tem como base as caraterísticas de liderança do jogador eleito, proporcionando que as suas ideias, informações, ordens, … sejam bem recebidas pelos restantes elementos constituintes da equipa. A liderança deve ser tão vincada que, mesmo sem utilizar a comunicação oral, o capitão contagie os seus colegas de equipa, pela sua atitude de entusiasmo, motivação e empenho, tanto em treino como em jogo.

Os capitães de equipa têm também uma tarefa importante no aumento da coesão de grupo, recorrem muitas vezes às tradicionais “brincadeiras” de balneário, tornando cada vez mais fortes, os elos de ligação humana, que se estabelecem entre jogadores, envolvendo por vezes, os próprios elementos da equipa técnica.

O controlo emocional deverá ser outra das caraterísticas indispensáveis de um capitão. Em momentos de crise emocional, em que a equipa ou jogadores se envolvem p. ex. num conflito, o capitão tem a responsabilidade de ser emocionalmente equilibrado, retirando a equipa desse “espaço” desestabilizador, levando a que se volte a encontrar equilíbrio emocional, que lhes permita, focar nos objetivos traçados para o jogo.

Para além da escolha de campo ou bola, o capitão é um jogador com responsabilidades acrescidas. Neste sentido, a sua escolha deve ser realizada com base em vários fatores como por exemplo a idade, a experiencia, a seu estatuto na equipa, a capacidade de estabelecer contatos com os seus superiores (dirigentes e treinadores), o seu nível cultural e educacional, os seus êxitos na modalidade desportiva, a sua imagem, a relação com os adeptos, entre outros.

REMATE DA SEMANA: "Um marinheiro não reza pelo vento a seu favor; ele aprende a navegar contra o vento." (Gustav Lindborg).

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 17.04.2012

Primeira liga ao rubro!

Pelos acontecimentos nos jogos da primeira liga, semana a semana, tudo tem mudado no que diz respeito à classificação do campeonato português. Tanta variabilidade, que saber quem vai ser campeão é uma incógnita incontornável! A verdade é que não me lembro de ver um campeonato assim tão disputado, em que a faltar cinco jornadas para o seu término, nem a ordem dos cinco primeiros classificados se afigura.Tudo poderá acontecer! Na minha opinião, entre os primeiros cinco classificados existem dois campeonatos, o do título: FCPorto (60 pontos), SLBenfica (59 pontos), SCBraga (58 pontos); e o campeonato do acesso às competições europeias: CSMarítimo (48 pontos) e Sporting CP (47 pontos). Mas o fator que ainda dá mais emotividade a esta reta final de campeonato, é que as equipas classificadas nos cinco lugares cimeiros, ainda irão jogar entre si. Este ciclo de confrontações diretas iniciou esta semana com o Benfica-Braga, mas à 26ª jornada ainda teremos o Braga-Porto e o Sporting-Benfica, à 27ª jornada o Benfica-Marítimo, à 28ª jornada o Marítimo-Porto, à 29ª jornada o Porto-Sporting e na 30ª e última jornada teremos o Sporting-Braga. Para complicar esta “mixórdia” de jogos, ainda existem equipas a disputar as competições europeias.
Tendo em conta as últimas duas épocas e as equipas demolidoras: de Villas-Boas na época passada e de Jorge Jesus na época 2009/2010; o que há muito não se via, é a inexistência de uma equipa com uma performance acima das outras. Nas anteriores edições da primeira liga, as equipas campeãs, apresentaram ao longo da época, uma qualidade exibicional e uma regularidade de rendimento, que se destacava em relação aos seus concorrentes. O que é certo, é que nesta edição do campeonato português, as equipas candidatas ao título têm apresentado uma irregularidade exibicional, que se por um lado não nos permite fazer uma previsão do desfecho desta competição, dando mais emoção à mesma, por outro, tem desanimado quem procura no futebol a espetacularidade técnico-tatica. Fator este que não considero bom nem mau, é a variabilidade que carateriza as modalidades desportivas, onde o ser humano é o principal interveniente!

Chegamos ao momento em que o contexto, irá exigir que os intervenientes estejam na sua plenitude de rendimento. Para além da sua competência técnico-tática, a capacidade de gerir a carga emocional, adjacente ao jogo e todos os fatores que o envolvem, será determinante para decidir quem vai sair vitorioso.

1º REMATE DA SEMANA - Como disse o Professor Marcelo Rebelo de Sousa ainda este domingo, teremos de estar atentos, pois esta febre do futebol, pode ser um momento de distração, em que o povo perde capacidade de revindicar pelos seus direitos. Muitas medidas políticas podem ser tomadas, enquanto o povo anda entretido com o campeonato português.

2º REMATE DA SEMANA: Parabéns à Tribuna Desportiva pelo seu 18º aniversário, com um especial abraço ao Sr. Pedro Martins, pelas batalhas que tem vencido para manter este semanário nas bancas. Muito obrigado pela oportunidade de colabora convosco.

3º REMATE DA SEMANA: Parabéns à Associação Desportiva da Estação pelo seu 36º aniversário. Num dia de festa, conseguiu mobilizar personalidades da política e do futebol, para testemunhar a obra que tem sido feita no seu Complexo Desportivo.

4º REMATE DA SEMANA: “Sem competição, ainda seriamos organismos unicelulares” Dr. House

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 10.04.2012