terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Mistério do Penalti

Todos nós já ouvimos dizer que o penalti é uma sorte, comparando o castigo máximo do futebol a uma lotaria, actividade esta com uma ligação estreita à probabilidade matemática. Quanto a mim esta é uma visão redutora do jogo desportivo pois, são inúmeros os factores Sociais e Humanos que levam ao sucesso ou ao insucesso desta acção, considerada aleatória por muitos. Devido ao facto de alguns profissionais pensarem desta forma, o penalti é uma situação de jogo, que por vezes não é aproveitada. O treino da capacidade de decisão, análise e antecipação dos jogadores, devem ser tão exercitados como a capacidade de execução do gesto técnico. A verdade é que o treino da marcação do penalti é maioritariamente realizado, com incidência isolada na repetição precisa do remate. A capacidade de decisão/antecipação em tempo útil, é um factor preponderante. Para trabalhar esta capacidade, é fundamental que o jogador conheça bem o funcionamento do movimento humano, factor este que, maioritariamente é desenvolvido pela sensibilidade ganha, ao longo dos anos de experiência e não como um efeito dos conteúdos de treino.

O lado do guarda-redes: mesmo não tendo poderes sobrenaturais, o guarda-redes consegue saber qual a direcção que a bola vai tomar, instantes antes dela sair da marca de grande penalidade. O movimento do jogador que vai marcar o penalti, indica o ponto onde a bola vai ser batida. Por sua vez, sabendo onde a bola vai ser batida, pode-se ter uma ideia minimamente precisa dos locais para onde ela poderá deslocar-se. Cientistas do Instituto Rensselaer Polytechnic, em Nova York, concluíram que existem alguns indicadores que o guarda-redes pode utilizar, para prever a direcção da bola. Numa sala com equipamento adequado os guarda-redes através de vídeos, tiveram oportunidade de ver o movimento de remate de alguns executantes, ficando a imagem em branco no instante em que a bola é tocada pelo pé do jogador. A maioria dos guada-redes conseguiu prever que trajectória é que a bola teria no decorrer das imagens.

O facto dos guarda-redes se atirarem à sorte para um dos lados, leva a que 93,7% dos penaltis que são direccionados para o centro da baliza, terminem no fundo das redes.

O lado do marcador: Simão Sabrosa, um dos melhores futebolistas do mundo a marcar penaltis, revelou a um programa televisivo, alguns aspectos que considera determinantes na marcação do castigo máximo. As suas declarações contrariam a ideia que o penalti não passa de uma lotaria, em que o jogador escolhe um lado e espera que o guarda-redes não o adivinhe ou não chegue atempadamente à bola. Simão revela que toma a sua decisão em função do movimento do guarda-redes. Tendo sempre um local pré definido, optando por esta opção, apenas quando o guarda-redes não se movimenta. No entanto, na maioria das vezes, tenta sempre analisar a direcção do movimento do guarda-redes e colocar a bola no lado contrário. Declarações de um profissional conceituado que apresenta altos rendimentos na concretização da máxima penalidade.

Um penalti é um duelo entre dois jogadores. Assim como num combate, a derrota ou a vitória não depende da sorte, sendo o conhecimento desta específica acção do jogo de futebol, uma mais valia para encontrar o vencedor.

REMATES:

- Realmente é impressionante como os nossos políticos são capazes de tornar cada vez mais difícil, manter um estilo de vida saudável. IVA do Refrigerante igual ao IVA do leite enriquecido ou vitaminado! Aumento do IVA nos ginásios e em todas as outras práticas de actividades físicas e desportivas! No mínimo estranho!

Investir num estilo de vida saudável não seria a forma mais rentável de poupar no Sistema Nacional de Saúde?
“Compreender as entrelinhas do discurso de alguém é o caminho para a conhecer!”

        João Sá Pinho
joaocspinho@hotmail.com

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

OLYMPICA INTERNACIONAL - CLINICAS DO DESPORTO










(fonte imagem: http://well.blogs.nytimes.com/tag/sports/)

“ EM MOVIMENTO “
NEWSLETTER OUTUBRO 2010
A BICICLETA ESTÁTICA - INDICAÇÃO PARA A SUA UTILIZAÇÃO PELO FUTEBOLISTA

A utilização da bicicleta estática, como atitude complementar a um protocolo terapêutico, definido para determinadas patologias do joelho do futebolista, decorre fundamentalmente do facto de se poder desenvolver movimento articular e adjacente, sem praticamente se colocar carga em qualquer das referidas articulações.

O joelho é uma articulação de bastante amplitude de movimento e também de extensas superfícies de contacto, recobertas por cartilagem.

A cartilagem é um tecido particular, que necessita para manter a sua troficidade, de permanente lubrificação por parte de um líquido natural visco-elástico, designado de “ líquido sinovial “ mas e também, de movimento com maiores ou menores gradientes de carga, de modo a que este líquido consiga nutrir a cartilagem.

Assim e em termos de adjuvante terapêutico, a bicicleta estática logra permitir que o joelho beneficie de mobilização activa, com os arcos de amplitude mais adequados e também com as cargas mais favoráveis, pré estabelecidas.

O objectivo principal do uso da bicicleta estática nestes termos, é o de proporcionar a manutenção ou a revitalização da cartilagem articular, em particular nas áreas de maior contacto entre as respectivas superfícies.


QUANDO E COMO SE DEVE UTILIZAR A BICICLETA ESTÁTICA

Nas situações em que o futebolista pretende apenas fazer a manutenção da cartilagem, em particular da rótula e do fémur (tróclea), deve utilizar a bicicleta estática com uma carga muito reduzida nos pedais e sempre com o selim o mais elevado possível, de modo a que os joelhos atinjam a extensão completa, quando os pés actuam nos pedais apenas com a parte anterior (base plantar dos dedos).

Quando o joelho do futebolista apresenta doença da cartilagem, ou quando se encontra no período de pós-operatório de condroplastia, de remodelação meniscal, ou até mesmo de reconstituição do ligamento cruzado anterior, é obrigatório utilizar a bicicleta estática, sem qualquer carga nos pedais e sempre com o selim o mais elevado possível, de modo a que os joelhos consigam a extensão completa, quando os pés actuam nos pedais apenas com a parte anterior (base plantar dos dedos).

Em qualquer das situações, a sua utilização deverá efectuar-se sempre que possível, logo no inicio do dia e imediatamente após o levantar (antes do banho matinal), de modo a minimizar as consequências da imobilização durante o período do repouso nocturno.

Em todos os casos, dez minutos diários (cinco para a frente e cinco para trás) a pedalar sempre de modo muito lento e suave, são suficientes para atingir os objectivos da bicicleta estática.

Direcção de edição - Francisco Santos Silva, Dr.

(Fonte: www.alternet.pt/olympica)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Pais: presentes SIM, de qualquer forma NÃO!

O tema que hoje vos apresento, o Papel dos Encarregados de Educação na Formação do Desportista de Competição, é para nós, uma preocupação diária tanto ao nível da formação desportiva, como na formação humana do jovem desportista. A intervenção deste agente em conjunto com a de muitos outros, interfere de uma forma activa e decisiva, na formação do jovem.

Na formação desportiva, o Encarregado de Educação tem um papel fulcral, influenciando positiva ou negativamente, em função da sua forma de estar, dos seus valores, da forma como transmite esses valores, da intervenção que tem no acompanhamento do educando e respectivo grupo onde ele se insere, a equipa.

Em fases precoces da formação desportiva, a intervenção do encarregado de educação, deve posicionar-se num apoio incessante à felicidade da criança e da equipa. As principais preocupações deverão estar relacionadas com a motivação pela prática da modalidade e identificação com o grupo, sem que haja forças no sentido de valorizar excessivamente a prestação desportiva e consequentemente o resultado. Esta postura de acompanhamento do treino e competição deve ser direccionada sempre com um fim lúdico-recreativo-competitivo.

À medida que o jovem desportista vai crescendo, aumenta a capacidade de análise das suas motivações e define com maior exactidão, a ambição que tem para o seu trajecto de vida desportiva. Deve ser altamente responsabilizado pelas suas atitudes, pelos seus comportamentos e pela forma séria e interessada com que deve desempenhar a sua função dentro do grupo/equipa. Nesta fase mais avançada deste longo percurso, é dada uma maior importância ao resultado, sem nunca ultrapassar os valores que acompanharam o crescimento e a formação pessoal/desportiva do educando.

Durante toda a formação o Encarregado de Educação deve ter uma intervenção participativa e fundamentalmente presente, tanto em jogos como em treinos, conversando com os agentes desportivos para que possa também, no seio do seu confortável lar, de uma forma mais próxima, passar a mensagem do treinador ao educando. Quando as mensagens do treinador e do encarregado de educação não são coincidentes, gera-se um “conflito interno” no desportista, quebrando laços de ligação com uma das partes. Normalmente o laço com o treinador é enfraquecido, e consequentemente com a actividade desportiva, levando muitas vezes à desmotivação pela prática da modalidade, e em alguns casos ao abandono.

Este abandono ou desinteresse também está relacionado com o facto dos objectivos que são apresentados à criança/jovem serem desadequados, tanto à sua capacidade biofisiológica, como à sua capacidade de compreender o motivo de tanta exigência, quando o seu interesse é apenas uma prática desportiva divertida e competitiva. Estes comportamentos junto do desportista, geram em muitos dos casos, um sentimento de frustração, com consequências para toda a vida, podendo mesmo levar a que mais tarde, o jovem evite momentos competitivos na sua carreira profissional ou vida pessoal, por medo de novas frustrações, fracassos, entre outros.

Relembro que toda a vida é competição e trabalho em equipa. Pode parecer irrelevante, mas desde cedo todos nós competimos em diversas provas: p. ex. competimos por ter melhores resultados escolares, pela entrada na universidade, para conquistar um bom emprego, para ter uma carreira de sucesso, para dar uma melhor qualidade de vida à nossa família, enfim, competimos pela sobrevivência, pela felicidade, por tudo…

REMATES:

- No meu ponto de vista, em todas as actividades em que o comportamento é desajustado, e os objectivos desproporcionais à capacidade do jovem a formar, existem sempre mais prejuízos que proveitos.

- Para formar é necessário estar presente, assim um clube não pode ser encarado como um “depósito” de crianças, que permitam que os pais tenham tempo para ir às compras ou realizar outras actividades do seu interesse.

- Se perguntar ao seu filho se gosta de o(a) ver na bancada, está a fazer uma pergunta retórica.

- Valorizemos o pequeno êxito em vez de exigir os grandes resultados!

“Compreender as entrelinhas do discurso de alguém é o caminho para a conhecer!”

       João Sá Pinho