"Numa sociedade dita consumista onde os valores monetários e materiais se sobrepõem aos morais, onde se encaixa a formação/educação dos nossos jovens?
Estaremos preparados para formar/educar os nossos filhos, alunos, desportistas para enfrentar as vicissitudes do dia a dia e do futuro? É importante e urgente que a via da formação/educação não seja apenas direccionada para o sucesso; que não se crie a ilusão de que só os vencedores são bons, e que os derrotados são pessoas fracas e inúteis.
É necessário passar a mensagem para que todos entendam que a vitória e o sucesso é o desempenho que cada um aplica nas suas funções e/ou no trabalho que realiza. A formação dos nossos jovens tem que necessariamente, ir ao encontro de alguns factores, tais como: o sentido de equipa, o espirito de sacrifício, a humildade, o respeito pelo próximo, o saber perder e o saber ganhar.
Existirão certamente outros requisitos, mas se forem cumpridos todos estes, estaremos a direccioná-los para uma vida mais segura, mais estável, de modo a que percebam que o futuro pode ter uma visão mais abrangente, não só a nível do desporto. Podemos não ter muitos desportistas a seguir uma carreira profissional ou muitos alunos a seguir a via universitária, mas, estaremos a formar um bom adepto, cidadão ou pessoa, e isto é o que deve ser levado em conta.
Infelizmente vivemos numa era em que se dá demasiada importância ao resultado. Senão vejamos: é sintomático os jovens serem questionados depois de um jogo e sempre com a mesma pergunta: Ganhaste ou perdeste? Como se isso fosse o mais importante. E porque não perguntar: divertiste-te? É que é bom não esquecer que estamos a falar de jovens, e não de profissionais que vivem em função dos resultados.
Estaremos preparados para formar/educar os nossos filhos, alunos, desportistas para enfrentar as vicissitudes do dia a dia e do futuro? É importante e urgente que a via da formação/educação não seja apenas direccionada para o sucesso; que não se crie a ilusão de que só os vencedores são bons, e que os derrotados são pessoas fracas e inúteis.
É necessário passar a mensagem para que todos entendam que a vitória e o sucesso é o desempenho que cada um aplica nas suas funções e/ou no trabalho que realiza. A formação dos nossos jovens tem que necessariamente, ir ao encontro de alguns factores, tais como: o sentido de equipa, o espirito de sacrifício, a humildade, o respeito pelo próximo, o saber perder e o saber ganhar.
Existirão certamente outros requisitos, mas se forem cumpridos todos estes, estaremos a direccioná-los para uma vida mais segura, mais estável, de modo a que percebam que o futuro pode ter uma visão mais abrangente, não só a nível do desporto. Podemos não ter muitos desportistas a seguir uma carreira profissional ou muitos alunos a seguir a via universitária, mas, estaremos a formar um bom adepto, cidadão ou pessoa, e isto é o que deve ser levado em conta.
Infelizmente vivemos numa era em que se dá demasiada importância ao resultado. Senão vejamos: é sintomático os jovens serem questionados depois de um jogo e sempre com a mesma pergunta: Ganhaste ou perdeste? Como se isso fosse o mais importante. E porque não perguntar: divertiste-te? É que é bom não esquecer que estamos a falar de jovens, e não de profissionais que vivem em função dos resultados.
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(fonte.de.imagem:http://images.jupiterimages.com/common/detail/05/32/23273205.jpg)
Continuando assim, estaremos a prepará-los bem? Penso que não. Continuamos a cair no erro de só pensar na vitória, no sucesso, esquecendo o quão importante é cada um dar o seu melhor, independentemente do resultado, sempre em prol da equipa, clube ou instituição que representa.
Ao longo da vida irão encontrar algumas dificuldades, e o nosso papel é prepará-los para as enfrentar, combater e ultrapassar, caso contrário, graves consequências poderão advir daí.
Será necessário, deste modo, formá-los na óptica da correcção dos seus erros, não atribuindo demasiado valor ao resultado, para que no dia de amanhã ele se sinta preparado para corrigir o que for necessário e com isso tornar-se uma pessoa mais confiante, melhor aluno, melhor atleta e principalmente melhor ser humano.
Deste modo, tanto as qualidades intrínsecas como as extrínsecas devem ser melhoradas pelos treinadores ou professores, mas também os pais desempenham um papel muito importante no crescimento destes jovens e são o factor vital no desenvolvimento destas crianças. Se por um lado, existem casos em que os jovens não têm apoio nenhum em casa, por outro lado, existem situações em que exigem em demasia deles; tanto um como o outro devem ser suprimidos.
Estarei a escamotear que a vitória não é importante? Nada disso. Sabe bem e é bom ganhar; não podemos é preparar um jovem só para isso. Devemos isso sim, responsabilizá-lo para que ele dê sempre o seu melhor, sabendo que nem sempre irá ganhar ou ser feliz nas suas opções.
Devemos então formar o jovem para a vida, criando-se uma cultura de formar para aprender. Por último, torna-se inevitável realçar que, se não se conseguir o sucesso como jogador ou aluno, que se consiga enquanto ser humano."
Pedro Alegria, 2004
7 comentários:
"Procura-se o que é medível. A questão física. Altura e peso. Esquecesse o que não é. Jogar bem futebol. Durante jogos de juvenis, é costume ouvir-se nas bancadas: “Olha aquele miúdo, se crescer e ganhar força, será um grande jogador. Na Argentina, onde a mesma teoria também existe, este foi o mesmo pensamento que muitos dirigiram a um pibe no inicio dos anos 70. Pois bem, o problema é que ele nem cresceu muito e ficou, até, um pouco gordito. O alucinante é que, mesmo assim, tornou-se no melhor jogador do mundo. Maradona, claro.
Estas simples histórias dizem muito dos mitos e utopias que os debates sobre a formação tocam constantemente. Nenhum talento nasce num laboratório. O treinador/formador serve primeiro para guiar, só depois para ensinar. No fundo, o craque adulto dos relvados deve ser o prolongamento do miúdo talentoso dos baldios."
Luis Freitas Lobo
Apesar desta citação não estar em sintonia com o post, acho que se deve fazer um paralelismo, não devemos primeiro educar os espectadores, dirigentes, seccionistas e afins e dps formarmos/educarmos os jovens jogadores? Ou pelo contrários através da formação destes é que educamos os outros, é uma questão que me parece pertinente. Já sabemos que os dirigentes apenas se interessam pelo resultado e não pela formação do homem, mas de que adianta ganhar no imediato, se não conseguimos transformar o homem para ganhar lá mais há frente, penso que também o futebol deve ser pensado a longo prazo, no entanto os sócios e simpatizantes muitas vezes não o permitem. Um bom exemplo de prospectiva foi o Manchester United, senão vejamos, quantos anos andou sem ganhar nada? uma boa duzia, mas depois ganhou tudo durante 10 anos(Cantona, Shcoles, Gigs, But, Beckamp, Solskaer ,etc) senão vejamos o que foi o M.U e o que está a voltar a ser, isto precisamente pq se trabalha num sentido diferente, eles formam primeiro para aprender e dps para vencer cá é precisamente o contrario senão veja-se os percursos das selecçoes jovens e quando chegam aos "A" é o que se vê.
Caro André,
Na minha opinião, acho que é preciso mudar um pouco a perspectiva, ou seja, quando te questionas sobre se "não devemos primeiro educar os espectadores, dirigentes, seccionistas e afins e dps formarmos/educarmos os jovens jogadores? Ou pelo contrários através da formação destes é que educamos os outros" a preocupação deve ser, na minha opinião, a seguinte:
Que desportistas queremos daqui a 10/20 anos?
Que desporto teremos nessa altura?
Atendendo a estas e outras questões saberás que parte do problema por ti focado será resolvido se as nossas preocupaçoes se centrarem na formação dos miudos de hoje para amanhã (daqui a 10/20 anos) termos pessoas melhores a assistir ao jogo, a dirigir uma equipa, a formar essa equipa.
Quero com isto dizer que para se mudar as mentalidades actuais é preciso pensar a longo prazo, e ter alguma paciência como foi referido no outro post sobre a detecção/formação de talentos, pois só assim é que será possivel como tu dizes "educar os espectadores, dirigentes, seccionistas e afins e dps formarmos/educarmos os jovens jogadores"
Um abraço Vasco Guerra
De acordo com o que disse apenas levantei duas hipoteses viavéis, não disse qual era o melhor caminho pra resolver esta situação, apenas quero procurar respostas, as perguntas qualquer um pode fazer. O debate é mesmo assim, participem neste espaço é bom para todos, um abraço
O problema é que na procura dessas "respostas" das duas uma: 1-ou te contentas com as respostas (verdades absolutas) e trabalhas em cima delas ou 2- n encontras respostas aos teus problemas pois novos problemas irão aparecer
Abraço Vasco Guerra
Olá
Antes de mais, gostaria de dar os parabéns pela qualidade dos comentários que apresentam, sem duvida que estão a proporcionar um excelente debate a todos os visitantes do nosso blog.
Espero que mais pessoas apareçam!
Quanto à temática desenvolvida, penso que podemos encontrar um equilíbrio entre as duas intervenções, na minha perspectiva pode haver uma complementaridade. Reparem, concordo plenamente quando o Vasco refere que temos de formar os jovens “…para amanhã (daqui a 10/20 anos) termos pessoas melhores a assistir ao jogo, a dirigir uma equipa, a formar essa equipa”. Mas, na minha opinião, não podemos estar à espera do futuro, temos que ter um projecto e envolver todos os intervenientes nesse projecto para que ele seja viável. Esse projecto não dever ser só centrado nos jovens, mas em todas as pessoas que o condicionam. Reparem que o treino é uma percentagem muito pequena do tempo da vida do desportista. Ele talvez passe muito mais tempo com pessoas que podem não ter a mesma opinião que nós.
Nesta perspectiva é que compreendo as preocupações do André. Penso que é fundamental solicitar comportamentos em determinadas pessoas que se relacionam com os jovens, com o intuito de diminuir resistências à mudança.
Concretizando com um exemplo muito simples:
Estimulo 1- Quantos de nós se preocupa na linguagem utilizada quando estamos a relacionarmo-nos com os desportistas, quando os desportistas se relacionam entre si ou mesmo com outros agentes desportivos? Quantas vezes intervimos para que o diálogo tenha uma linguagem mais aceitável?
Estimulo 2- Mas depois os miúdos vão ao estádio e ouvem quase toda a gente a insultar o árbitro, os desportistas, os outros espectadores. Já para não falar nas cenas de violência protagonizadas pelos pais desses mesmos jovens, por vezes quando eles estão em competição!
Isto é um exemplo de resistência, que temos de minimizar os seus efeitos. Claro, para um problema no meio de muitos que temos de resolver para optimizar a formação!
O Problema – Qual o estímulo que prevalece, ou melhor, qual o resultado da relação entre os dois estímulos na formação do desportista?
Para finalizar, concordo que a nossa principal preocupação deve ser o jovem desportista, ele sim deve ser a nossa prioridade de intervenção. Tendo sempre presente o caminho que queremos que ele siga, e como podemos ajudá-lo a perceber como ultrapassar as resistências que vão aparecendo à sua frente durante o caminho percorrido.
Abraço para todos,
João Sá Pinho
Quando falas de estimulos e te questionas sobre "Qual o estímulo que prevalece, ou melhor, qual o resultado da relação entre os dois estímulos na formação do desportista?" é preciso pensar em dois aspectos: 1-Qual a frequência dos dois estimulos abordados? 2-Qual o impacto que cada um tem no desportista?. Considerando isto, o caminho para a resolução de mais um problema está, considero eu, mais perto.
Vasco Guerra
Bem, antes de mais queria congratular os promotores do blog.
O título do artigo remete-nos para uma dissociação. Eu não concordo com o "ou" para um "ou" para outo, vejo mais o "formar para aprender a vencer".
Porque não vejo o vencer apenas numa perspectiva de (alta) competição.
Sim, pode haver a (grande) vitória de se formar "um" Cristiano Ronaldo, mas também há a vitória de formar um Homem para a sociedade, para ser um bom filho/pai/adepto como ja foi dito noutro artigo. Penso que tudo tem de passar por uma definição de objectivos adequados às pessoas em questão, às estruturas em que se inserem ao meio a que pertencem, para tentar não criar falsas expectativas, mas, pensando tendencialmente, definindo/redefinindo objectivos sem excluir.(Miguel Veloso)
Depois a questão de educar os dirigentes para depois educar os jovens ou vice-versa. Outra questão que acho também pertinente é se é mesmo necessário educar estes dirigentes ou se não serão necessários outros com novas perspectivas, porque já diz o povo que "burro velho não aprende línguas" (passo a expressão), e na minha opinião
poderá é não querer aprender e aí será mais grave.
Esta questão para mim prende-se com o quem faz parte da envolvencia do desporto em geral e do futebol em particular.
No caso de se formar uma estrela tem-se um destaque, no caso de se formar um Homem (há exemplos de quem seja ou uma coisa ou outra)o destaque é irrelevante. E o que os dirigentes procuram são resultados/lucros como querem nas suas empresas...
Isto para falar em envlovência do futebol. Quem são os dirigentes, os seccionistas os TREINADORES? Como/onde/quando falam e para quem falam?
Qual é a responsabilização de um conjunto de pessoas que excluiu o Miguel Veloso do SLB? Qual a responsabilização de um treinador que deixa um clube por escolha própria a meio de um processo (temporada), ou do dirigente pela "escolha" do mesmo? "Pequenos exemplos". Continuam a fazer o mesmo, sai deste clube e é anunciado como salvador no outro do lado. "Escolhe" outro e agora é que é...
Falta acima de tudo um código de ética, um sentido de profissionalismo, uma linguagem comum a quem está na mesma àrea. Para que se possa de alguma forma controlar os tais estímulos de que falam acima.
Penso que este espaço foi criado nesse sentido, parabéns.
Venham mais e de outros formatos.
Cumprimentos Rafael Antunes
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