segunda-feira, 7 de março de 2011

O DESPORTO PARA ALÉM DO FUTEBOL

Cada vez mais cedo a criança inicia a sua prática desportiva. Se por um lado é fundamental que desde tenra idade esta criança tenha um estilo de vida saudável, associado a uma equilibrada alimentação e prática desportiva regular, por outro deve ser uma preocupação, a forma como esta introdução no mundo desportivo é realizada. Quanto mais nova é a criança, mais diversificada, deve ser a prática desportiva, proporcionando que esta tenha o prazer de usufruir de um vasto conjunto de vivências, que por sua vez, lhe proporcione um desenvolvimento em todas as suas dimensões. Hoje em dia, discute-se entre os profissionais do Desporto o tema Especialização Desportiva Precoce da Criança e Jovem. Sem dúvida que deverá existir uma especialização mas, no momento certo e precedido de um conjunto de bases gerais desportivas. A Educação Física tem aqui um papel fundamental, dando a conhecer uma diversidade de modalidades e vivências desportivo-sociais, proporcionando que a criança ou jovem opte mais tarde, por aquela em que se sente mais motivado(a). Analisando friamente os caminhos desportivos que dão continuidade ao trabalho realizado na Educação Física, o praticante poderá encontrar aqui uma grande barreira. A oferta desportiva na nossa região está monopolizada por algumas modalidades, e o que para a criança será uma motivação diferente da norma, rapidamente se poderá transformar num caminho desportivo manipulado e empurrado para esta ou aquela modalidade, que se encontra disponível no distrito, cidade, vila, aldeia ou lugar. Deixo algumas questões para futuras reflexões: Para além da Educação Física que seguimento tem a prática desportiva da criança ou jovem? Que aproximação existe aos clubes, promovendo uma aproximação ao meio competitivo? É certo que existem mais que uma ou duas modalidades no distrito! Mas que aproximação às escolas e à comunidade em geral têm estes? Que contacto marcante existe entre os clubes e as crianças, jovens e encarregados de educação? Para as modalidades que já existem: que politicas de comunicação devem ter, para se possam aproximar às respectivas populações alvo? Para outros responsáveis desportivos: que reconhecimento e promoção fazem para que as modalidades com menos destaque informacional possam ter o merecido protagonismo?

Esta reflexão sobre a especialização precoce, no nosso distrito, que considero “quase uma especialização obrigatória”, poderá ser ainda mais profunda! Evitando esta especialização prematura, o ensino de determinadas modalidades não deverão contemplar vivências noutro tipos de modalidades? (ex. Um clube de futebol não deverá proporcionar às suas crianças em idades pré competitivas, vivências por exemplo na ginástica?) Principalmente quando falamos dos escalões mais baixos! Neste sentido, poderemos proporcionar a promoção de uma preparação geral e heterogénea do desportista, estando certo que existirá sempre uma transferibilidade de decisões, acções, tarefas, técnicas, tácticas de umas modalidades para outras. Assim, este tipo de vivências só irá enriquecer o portefólio prático do desportista. Neste sentido surge outra questão: será que este tipo de abordagem ao desporto, não evitará o abandono prematuro das modalidades?

Meus senhores e minhas senhoras, para que tenhamos crianças e jovens com uma formação desportiva mais rica, será fundamental que emerjam novos clubes ou novas modalidades, proporcionado que haja uma continuidade e complementaridade ao trabalho desportivo que se faz nas escolas.



REMATES:

1. O Futebol é uma modalidade que continua com bases sólidas no nosso distrito. O facto de haver desportistas desde tenra idade a complementar esta actividade, com a prática de outras modalidades, fará com que se tornem um dia mais tarde, se assim o desejarem e se tiverem condições para tal, futebolistas mais completos;

2. O Gira-Volei será sem dúvida um projecto que irá fazer crescer o voleibol no nosso distrito, sinto que o primeiro ciclo vai receber esta modalidade de braços abertos;

3. O Pentatlo está a evoluir para patamares onde outras modalidades nunca chegaram no nosso distrito, atletas campeões nacionais, atletas em selecções nacionais, atletas em projecto olímpico. O bom trabalho deverá ser reconhecido;

4. Embora ainda em meio escolar a ginástica está a ter expressão em Castelo Branco, desejamos que continue assim a crescer;

5. O atletismo regional, afirma-se claramente a nível nacional, continuemos a apoia-lo;

6. Outras modalidades merecem destaque, desejamos que se aproximem das crianças e jovens, que satisfaçam as suas expectativas, que sejam reconhecidas por todos. Assim, poderão ser difundidas homogeneamente em todos os cantos da nossa região, proporcionando um crescimento do desporto em todo o distrito!

Artigo Publicado em Tribuna Desportiva (1.03.2011)

Um comentário:

Rafael Antunes disse...

Boas!

Bom artigo, boa reflexão!

Não me é estranha!

Novos clubes, ou novas "estruturas" com ideias que nos levem para a frente!

Um abraço!
Acompanharei