sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Treino das Tecnologias/Técnicas nos Desportos Colectivos

Continuando o nosso discurso tendo sempre como base o conceito de rendimento, o tema que propomos neste “post”, é o treino de acções tecnológicas/técnicas numa dinâmica de grupo. No treino de desportos colectivos, é fundamental considerar que cada jogador faz parte de um todo - a equipa, que mantém uma relação dinâmica com os seus adversários. Uma equipa de futebol até poderá ter 11 jogadores bastante evoluídos no domínio das tecnologias/técnica, com uma grande precisão nos passes e nos remates. Mas se esses jogadores não souberem interagir com os seus colegas de equipa e adversários, de pouco ou nada valem as suas aprimoradas capacidades.
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Se de um modo geral, considerarmos como válido o que foi anteriormente citado, rapidamente compreendemos que o treino dessas tecnologias/técnicas de pouco ou nada servem quando treinadas de forma isolada. Por exemplo, de que vale um jogador conseguir colocar a bola exactamente nos pés de um colega de equipa, se não é capaz de integrar esta acção com a possível intercepção da bola por parte dos adversários. De que vale um jogador conseguir fazer passes com alto nível de precisão se não consegue ponderar o rendimento que a equipa poderá ter ao fazer um passe para o colega “X” ou para o colega “Y”… Por este motivo, defendemos que o treino das técnicas/tecnologias deve ser integrado num contexto que se aproxime o mais possível da situação de jogo, porque elas são um meio para facilitar a relação/diálogo entre colegas de equipa e adversários. Se no treino não consideramos a sua função e o seu contributo para a optimização do jogo colectivo, não poderemos estar a solicitar os comportamentos que deveriam estar a ser solicitados!
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Gostaria de clarificar, que por vezes não deixa de ser importante treinar situações de menor complexidade, mas é necessário ter sempre presente que para haver treino, é fundamental que o desportista esteja nos seus limites funcionais, sem isto acontecer, o desportista não sofre uma estimulação suficiente para que se tenha de adaptar/readaptar às solicitações impostas pelo exercício. Estas adaptações/readaptações, promovem que o desportista passe para um “nível superior”, ou seja, uma melhoria das suas capacidades, que é a função do treino.

Deixemos de treinar gestos, passemos a treinar acções intencionais!!!

João Sá Pinho

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