Foi com enorme prazer que recebi o convite da Tribuna Desportiva para partilhar este espaço com o colega de profissão e amigo pessoal Prof. Joel Rocha. Encaro esta tarefa com grande responsabilidade, pois escrever ao nível de quem à muitos anos aqui transmite a sua “arrogante” opinião não será tarefa fácil.
Relativamente aos assuntos que irei tratar, serão todos em volta do mundo do desporto, tendo como epicentro o futebol internacional, nacional e distrital. Irei abordar os temas com um espírito completamente isento, refugiando-me de todos os outros compromissos profissionais que possuo neste momento. Irei prenunciar-me sem “papas na língua”, criando muitas vezes controvérsia. Só assim podemos ter um espaço de discussão animado e rico! Porque não procuro criar aqui um monólogo, todos os artigos editados neste ilustre jornal, serão também publicados em “http://treinoeciencia.blogspot.com”, fica desde já o convite para realizarem os vossos comentários.
Por falar no Prof. Joel Rocha, gostaria deixar aqui uma palavra de louvor aos responsáveis da Desportiva do Fundão pela Coragem que tiveram em apostar no Joel, coragem não pelo risco ao nível da competência do referido profissional, simplesmente coragem por enfrentar as críticas, muitas delas infundamentadas e sem conhecimento de causa. Certamente que vai fazer um excelente trabalho! Tive um professor na Universidade que defendia que o Homem é Holístico, ou seja, é um todo, para o conhecermos na sua plenitude, devemos conhecer todas as suas partes. Sinceramente, faz-me alguma confusão como existem tantos “expertes” em matéria desportiva, que conseguem fazer juízos de valor e até análises de competência de treinadores, pelo que ouvem dizer sobre eles, pelas suas intervenções em meios de comunicação social, ou por algumas decisões tomadas em situações de jogo!
Afinal para ser bom treinador de escalões etários mais avançados o que é necessário? Ganhar será a primeira e mais importante premissa, sem dúvida! E mais? a) Competências técnico tácticas: conhecimento do jogo, conhecimento do treino e processos associados; b) Capacidade de liderança: levar os jogadores a pensar e actuar de acordo com as ideias do treinador, acreditando que são as melhores para o grupo; c) Comunicação: Capacidade de passar mensagens a todos os intervenientes como jogadores, administradores, adeptos, comunicação social e até a adversários. Mensagens essas que contribuam para a optimização do rendimento da equipa; d) Ter jogadores capazes de dar resposta às solicitações do treinador, “omeletes sem ovos não é fácil”!; e) E por fim, mas não menos importante, ter uma equipa técnica que se identifique com os métodos de trabalho, que saiba qual a sua tarefa e que a cumpra sempre com uma atitude cooperativa dentro da estrutura. Nenhum treinador conseguirá fazer um trabalho sério e eficaz sozinho. Penso eu! Mas enfim, poderíamos estar aqui a referir inúmeros factores, talvez um dia mais tarde haja oportunidade para uma análise mais meticulosa do assunto…
REMATES:
No próximo artigo, abordarei o actual choque de gerações no mundo dos treinadores, quais serão os melhores, antigos jogadores ou académicos?
Obrigado Tribuna Desportiva pela oportunidade.
“Compreender as entrelinhas do discurso de alguém é o caminho para as conhecer!”
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