sexta-feira, 1 de abril de 2011

Treinar para quê?

Parece-me consensual que para uma equipa ter sucesso nos confrontos com os seus adversários, é fundamental que esteja bem preparada, sendo que para isso haja rendimento nas unidades de treino. Consideramos que o treino é o principal meio para aumentar o rendimento da equipa no jogo.

É o treino que vai dar a conhecer os comportamentos que a equipa deve ter nos diferentes momentos da competição. O treino vai fazer com que a personalidade da equipa seja cada vez mais forte, proporcionando um aumento da identificação com sua forma de jogar. Segundo Barbosa (2003) o treino possui uma importância de especial destaque uma vez que é nele, e a partir dele, que se possibilita aos jogadores a apreensão e assimilação de determinados comportamentos pretendidos em Jogo.

O treino não deverá ser encarado como um fim, mas como um meio para atingir um determinado objectivo definido pela estrutura técnica e directiva do clube. Depois de um diagnóstico das potencialidades individuais e colectivos da equipa, surgem uma serie de processos relacionados com a planificação, integrando factores como o modelo de jogo a adoptar, as carências a colmatar, as capacidades a potenciar e as características da competição com que a equipa se vai deparar. Neste sentido, o treinador deverá preparar a sua prescrição, identificando quais as componentes activas dos exercícios que vão levar a atingir os objectivos definidos. Estes objectivos, deverão estar em permanente ajuste, à medida que a equipa evolui, tendo o treinador a obrigação de fazer aumentar a complexidade e exigência do treino, de uma forma proporcional ao percurso evolutivo da equipa.

No meu ponto de vista, o treino deverá ser contextualizado, recriando o mais aproximadamente possível, as situações que decorrem no jogo. O ideal será chegar mesmo ao limite de recriar contextos que representem os problemas impostos pelo adversário. Quando o anteriormente referido acontece, iremos atingir um nível de especificidade, que permitirá aos jogadores transferir para a competição, os conteúdos abordados, levando a equipa a atingir o máximo rendimento. Mesmo em treino, a competição deverá estar maioritariamente presente, pois além de ser um meio de motivação dos jogadores para desempenhar as tarefas propostas, é uma forma de fazer emergir o conjunto de sentimentos e emoções presentes no jogo.

As diferentes situações de treino deverão proporcionar uma série de possibilidades decisionais, semelhantes à competição. Os exercícios de hipótese única, poderão limitar a capacidade decisional do jogador e da equipa. A decisão a tomar deverá ser realizada pelo jogador e não, comandada pelo treinador. O treinador terá o papel de dotar os seus jogadores, com instrumentes que os auxiliem nas suas tomadas de decisão, permitindo que eles sejam capazes de seccionar a informação pertinente, presente nos diferentes momentos do jogo, resolvendo assim os problemas impostos, com o máximo de rendimento possível.



REMATES

- Lamentavelmente Carlos Queiroz escolheu o timing e as formas menos próprias de mostrar a sua indignação. Caiu num desgoverno que o fez perder a sua compostura. O Homem reconheceu o erro o que fica sempre bem: “Se calhar fui cruel, violento, impróprio, se calhar até injusto.” Mais uma novela, na Selecção Nacional!

Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 29.03.2011

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