Algumas considerações sobre Portugal-Holanda
À semelhança do que aconteceu em
2004, Portugal perdeu o primeiro jogo, mas passa brilhantemente a fase de
grupo. Transpõe esta fase com uma qualidade exibicional, que vem crescendo de
jogo para jogo. Esperemos que continue nesta onda se superação coletiva!
Depois de Portugal sentir o seu
orgulho ferido, por ter sofrido o primeiro golo, pressionou, subiu o seu bloco,
não deu espaços nem tempo, mostrando-se uma equipa superior à Holanda. Fundamentalmente
conseguiu abrir os caminhos para a baliza, teve mais posse de bola sem que
perdesse o seu rigor organizacional defensivo. O leitor poderá ter como exemplo
da organização defensiva, o reduzido número de vezes, em que Fábio Coentrão subiu
para os setores mais ofensivos, sendo um jogador “sacrificado” por Paulo Bento, no sentido de contribuir,
compreensivelmente, para que a equipa estivesse preparada para o momento da
perda, travando a qualidade ofensiva de jogadores como Robben, Huntelaar, v.d.
Vart e as subidas do lateral v.d. Wiel. Este tipo de situações, aparentemente
previstas no plano de jogo, obriga a algumas adaptações, principalmente ao
nível do setor do meio campo. A liberdade de ocupação de espaços dada a
Cristiano Ronaldo, no
que diz respeito ao
processo ofensivo, proporciona a que muitas vezes saia, e bem, do corredor
esquerdo, procurando desequilíbrios no corredor central. Para que a equipa
portuguesa consiga atacar em largura máxima (linha lateral a linha lateral),
será necessário que algum jogador ocupe o corredor deixado livre pelo CR7. Se o
lateral esquerdo muitas vezes não sobe, os médios serão “sacrificados” com um esforço extra na ocupação desse mesmo espaço,
caso contrário poderá proporcionar-se um “afunilamento”
de jogo (ver fig. 2).
Fomos uma EQUIPA, fomos
organizados e o plano de jogo montado por Paulo Bento e sua equipa técnica resultou
numa vitória fantástica! Força Portugal!
REMATE DA SEMANA: “O
que une uma equipa é quando um cobre as fraquezas do outro.” Phil Jackson