segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Jogos Olímpicos - «As Ilhas da Maravilha»

Depois da fantástica cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos (JO) Londres 2012, não poderia deixar de escrever sobre esta temática. O que tivemos oportunidade de assistir, foi qualquer coisa de encantador. O realizador Danny Boyle com um orçamento de 34 milhões de euros, muito menos do que foi gasto na cerimónia de abertura da última edição dos JO, conseguiu, em poucas horas, elucidar todos os que assistiram a este espetáculo, sobre a história, identidade e cultura das Ilhas da Maravilha. A criatividade do realizador, superou todas as espectativas, conseguindo criar uma simbiose entre o espetáculo que decorria no Estádio Olímpico de Stratford, na capital britânica e as curtas-metragens que foi apresentando ao longo do espetáculo.

Mérito de Danny Boyle, que conseguiu fazer uma resenha história muito atualizada. Tão atualizada que foi o ciclista Bradley Wiggins, que há cerca de uma semana se tornou o primeiro britânico a vencer a Volta a França em bicicleta, vestido com uma camisola amarela, tocou o sino que deu início a esta cerimónia.

Depois do sino tudo ao pormenor foi mostrado, desde a Inglaterra rural, as chaminés da revolução industrial, com a fundição das argolas olímpicas que planaram sobre o estádio, a exibição de uma curta-metragem, filmada no Palácio de Buckingham, com o ator Daniel Craig (007 - James Bond) tendo a missão de levar a rainha Isabel II até ao Estádio Olímpico – onde dois duplos saltaram de paraquedas simulando a chegada da Rainha e do agente secreto de helicóptero.
Além de James Bond, houve espaço para outros ícones da identidade da Grã-Bretanha como Mr. Bean, Beatles, Queen, David Bowie e Muse, entre outros.
O futebolista David Beckham também marcou presença, assim como o cientista Tim Berners-Lee, inventor da world wide web (internet). E até JK Rowling (autora de Harry Potter) fez uma invulgar aparição pública, lendo o primeiro parágrafo de Peter Pan.

Depois do espetáculo concebido por Boyle, foi realizado o desfile dos atletas, com a particularidade de a organização ter colocado a tocar uma música com 120 batidas por minuto, musica que proporcionou que os atletas entrassem de uma forma ritmada. Enfim, tudo pensado ao mais ínfimo pormenor.

A comitiva portuguesa, com cerca de 30 atletas, entrou no estádio olímpico, com Telma Monteiro a transportar a bandeira de Portugal, como já teria sido anunciado anteriormente.

Já passava bastante da meia-noite quando a Rainha Isabel II declarou abertos os Jogos da XXX Olimpíada da Era Moderna.



Deixo-vos agora alguns números do espetáculo:

- 27 milhões de libras (mais de 34 milhões de euros) gastos no espetáculo;

- 80 mil espectadores no estádio e quatro biliões na TV;

- “recorde olímpico” de chefes de Estado e de Governo;

- 7.500 artistas voluntários que abdicaram dos seus fins de semana e noites para participar num total de 248 ensaios em dois locais no leste de Londres e no Estádio.

- 4.700 soldados foram mobilizados para prestar apoio;

- 7500 metros quadrados de relva verde no estádio.


Estando ligado à área do desporto, compreendo o investimento feito neste tipo de eventos, esperando que o retorno seja o previsto. Mérito de quem exigiu a redução do orçamento para o espetáculo, devido à crise instaurada na europa. Continua a pensar que mesmo assim, se esbanja muito dinheiro num curto espaço de tempo!

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 31.07.2012

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