O
termo tecnologia, de origem grega, é formado por tekne (“arte, técnica ou
ofício”) e por logos (“conjunto de saberes”). É utilizado para definir os
conhecimentos que permitem fabricar objetos e modificar o meio ambiente, com
vista a satisfazer as necessidades humanas.
No desporto rei a evolução
tecnológica não fica para trás, entre muitos exemplos, podemos constatar que na
comunicação entre árbitros se recorre a equipamentos tecnológicos, assim como,
na análise de jogo, em instrumentos de treino, em equipamento desportivo, entre
muitos outros. O tema que hoje vos apresento relaciona-se com a evolução do
equipamento desportivo, nomeadamente vestuário, calçado e bola.
Ex. 1 - Camisolas de jogo
Apesar de ter um design muito simples, aparentemente nada
de especial, a camisola da seleção brasileira possui particularidades
invisíveis a olho nu. Uma das suas características é o fato de ser 100%
ecológica, tendo sido concebida por material reciclável. Cada camisola é
composta por fios de poliéster, proveniente de oito garrafas de plástico.
Outra particularidade das camisolas
é o fato de não ter costuras, sendo os tecidos unidos por uma cola, à semelhança
do que acontece com os fatos de Fórmula 1. Assim, o peso da camisola é reduzido
em cerca de 15%. Por fim, a camisola possui uma capacidade de ajuste dinâmico,
adaptando-se às curvas do corpo de quem a veste.
Relativamente a esta peça de
vestuário desportivo, encontram-se em curso várias investigações, no sentido de
viabilizar a utilização de uma camisola inteligente, provida de sensores que
transmitam vários tipos de informação acerca do estado do jogador, nomeadamente
frequência cardíaca, temperatura corporal, níveis de sudação, etc.
Ex. 2 – Chuteiras
Alguns jogadores patrocinados por
uma conhecida marca desportiva têm ao seu dispor uma chuteira capaz de analisar
o relvado que pisam, ajustando automaticamente a altura dos pitons, para que o
jogador tenha o nível de aderência otimizado, evitando, tanto o excesso de
resistência ao solo, como o escorregamento desnecessário.
Uma outra marca de equipamento
desportivo, concebeu uma chuteira equipada com chips que interpreta e armazena
dados acerca das movimentações dos jogadores em campo. Segundo a marca em
causa, o equipamento é capaz de transmitir informação no sentido de diminuir o
risco de lesão por parte do utilizador. O chip é colocado na sola da chuteira
sendo também capaz de armazenar dados como velocidade média, distância
percorrida, frequência das corridas, quilómetros percorridos, potência do
remate, entre outras.
Ex.
3 - Bola
A Citrus é a mais recente inovação
tecnológica, no que às bolas de futebol diz respeito. No sentido de auxiliar a
tarefa das equipas de arbitragem, esta bola é capaz de mudar de cor quando
passa a linha de golo, quando ultrapassa as linhas que delimitam o campo ou
quando um jogador a recebe numa posição de fora de jogo.
A
referida bola, funciona envolta de uma panóplia de tecnologia composta por GPS,
sensores, sistemas de conexão sem fio, etc. Para que seja utilizada nas suas
máximas potencialidades, o estádio precisa de sofrer algumas alterações, como a
criação de uma central de controlo. Uma caraterística curiosa é que a bola não
necessita de ser enchida com ar, garantido a marca toda a consistência e
flexibilidade do material, assemelhando-se a uma bola convencional. Ainda não
há previsão de uso da da Citrus em jogos oficiais da FIFA.
Como
referi no início do artigo, a tecnologia servirá para satisfazer as
necessidades do ser humano. Assim sendo, a rentabilidade dos diferentes
materiais desportivos, dependem da capacidade do ser humano que o utiliza. De
que vale ter p. ex. informações acerca de distâncias percorridas, frequências
de corridas, parâmetros biofisiológicos, etc, se não se toma decisões, ou não
se está interessado em tomar decisões em função desse tipo de informações.
Entenda-se que a tecnologia só pode ser considerada como tal, se para nós for
útil.
REMATE DA SEMANA: “Algumas pessoas
acham que foco significa dizer sim à coisa em que você vai se focar. Mas não é
nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem.
Você precisa de saber selecionar cuidadosamente.” Steve Jobs, em 2008, para
a revista Fortune.
Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 4.12.2012