Esta semana tivemos um
emocionante clássico entre F.C. Porto e S.L. Benfica. Para além de ser uma
partida rodeada da habitual expetativa, teve uma carga acrescida pois, o seu
resultado poderia ter decidido o vencedor do campeonato. Apesar das poucas
situações de golo, muito devido ao equilíbrio defensivo que a equipa de Jorge
Jesus tentou colocar no jogo, considero que foi um jogo rico em inteligência
tática por parte de ambas as equipas, que se foram anulando ao longo dos
diferentes momentos da partida. Na minha opinião, Jorge Jesus balizou o
objetivo da partida pelos mínimos, o empate, e não pelos máximos! Uma equipa
que quer ser campeã deveria ter apresentado uma outra estratégia de afirmação
competitiva. A estratégia quase que resultava, como resulta em muitos jogos,
mas quando se leva aos limites as precauções, como foi o caso, o feitiço poderá
virar-se contra o feiticeiro. Apesar da maior percentagem de posse de bola para
a equipa do Porto, o jogo até estava equilibrado, tão equilibrado que os
primeiros golos provieram de situações de ressaltos. Até aqui, a sorte também
esteve em igual proporção para as duas equipas.
Ponto crítico do jogo foi quando
Jorge Jesus exagerou nas precauções, como referi anteriormente, reforçando o meio
campo defensivo. Ao invés, Vítor Pereira reforçou o setor ofensivo. Este
período em que jogadores entram, tendo que se adaptar ao jogo, poderá ser
considerado um momento crítico no jogo, onde os desequilíbrios podem surgir devido
ao tempo habitual de adaptação. Não são só os jogadores que entram têm de se
adaptar, mas também os jogadores que até ao momento tinham as suas funções
definidas e “automatizadas”, terão que se adaptar. Ou seja, toda a equipa terá
que se adaptar, ou por situações estratégicas sugeridas pelo treinador, ou
pelas caraterísticas dos jogadores que entram, ou até por ambas! Para evidenciar
o que refiro, basta centrarmo-nos nas substituições que foram feitas na equipa
do Benfica, nomeadamente a entrada de Roderick Miranda para o lugar de Gaitan,
no sentido de aumentar a consistência defensiva, blindando o corredor central.
Também se verificou a entrada de Aimar para o lugar de Ola John, presumo eu,
para tentar garantir mais posse de bola. Na verdade, estas duas substituições
mudaram claramente a dinâmica de jogo do Benfica. Até considero que tenha
subido um pouco as linhas de pressão, mas ficou mais vulnerável pelas
alterações de funções de grande parte dos jogadores, colocando em causa a
dinâmica da equipa, nomeadamente nos momentos de transição defensiva. Evidência
disso mesmo é o lance do 2º golo do Porto que passo a esmiuçar, através das
seguintes imagens:
Considerações finais:
1- Claro
que se a estratégia do Benfica tivesse dado certo, com certeza que não
estaríamos a pôr em causa as decisões de Jorge Jesus.
2- O
campeonato ainda não está decidido! Felizmente iremos ter campeonato até à
última jornada.
3- Não
considero que o deslise do Benfica tenha sido contra o Porto, mas sim contra o
Estoril.
4- Apesar
de ser simpatizante do F.C. Porto, considero que tendo em conta a época que o
Benfica está a fazer, e a qualidade que tem demonstrado, não vejo injustiça
nenhuma em que seja campeão. Por outro lado, considero que a justiça no
desporto é relativa!
5- Lamento
as declarações do jogador Kelvin, quando afirma o seu desejo que o Chelsea
vença na próxima quarta-feira. Apesar de não ser português, deverá respeitar o
país que lhe dá oportunidade de desenvolver a sua atividade profissional. Um
jovem com uma grande margem de progressão enquanto jogador, mas também enquanto
homem.
6- Qualquer
das equipas que seja campeã, desejo que todos os agentes saibam perder ou
ganhar com elevação, e fundamentalmente com educação!
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