
Segundo Sousa P. (2008), a atribuição causal assume-se como a evidência da forma como os atletas percepcionam e explicam os seus resultados desportivos. Estas explicações dadas pelos desportistas, apresentam uma relação com os seus comportamentos futuros, influenciando, consequentemente, as suas expetativas e motivações. Neste sentido, é importante que saibamos que algumas palavras depois de um jogo, podem dar importantes indicadores do estado psicológico de um desportista e/ou equipa, nomeadamente a sua motivação/desmotivação, sentimento de sucesso/fracasso, expetativa e aspirações, etc.
Muitos investigadores, estudaram a atribuição na vitória e na derrota, concluindo que existe uma evidente tendência para atribuir à vitória causas internas como o esforço, a dedicação, a organização, o espírito de equipa… e à derrota atribuir fatores externos como a falta de sorte, dificuldade da tarefa, o estado do terreno de jogo, etc.
Torna-se importante reter a importância das atribuições. O treinador deve condicionar através dos feedbacks que vai dando, nos momentos de comunicação com os seus jogadores, que o sucesso é predominantemente influenciado por causas internas, como o esforço, dedicação, coesão do grupo, organização tática, qualidade técnica, etc. Quando o inverso se verifica, ou seja, a atribuição dos resultados é ligada predominantemente a causa externas como: o árbitro, o estado do terreno, a sorte ou o azar, o jogador começa a interiorizar que não tem forte influência sobre o resultado desportivo. Consequentemente, cria um sentimento associado, que treinar bem e dedicar-se no jogo não tem grande influência para o rendimento desportivo, pois mais tarde ou mais cedo, fatores externos irão intervir na competição. Por este motivo, é que vários especialistas na área da psicologia do desporto, referem que as atribuições terão grande influência no futuro. Importante será mencionar que tanto na vitória como na derrota, a maior influência sobre o resultado desportivo, deverá ser atribuído a causas internas. Ora vejamos, segundo Fonseca (1999) o atleta que alcançou a meta para a qual se havia preparado mas que, em vez de atribuir esse sucesso à sorte, o atribui ao esforço que investiu nos treinos que antecederam a competição, tenderá a sentir um sentimento acrescido de orgulho em si. Estes sentimentos, aumentam a percepção de competência do desportista, e consequentemente a sua motivação para se dedicar tanto em treinos como na competição, trabalhando incansavelmente para se transcender para um patamar de rendimento superior.
Mas quando é que devemos atribuir a derrota a causas externas? Segundo Weiner (1992), se frequentemente os resultados negativos são atribuídos a causas estáveis internas, poderão despoletar um sentimento de desânimo, impotência e descontrolo. As emoções relacionadas com o desânimo podem resultar na desistência.
Neste sentido, os líderes do processo, deverão equilibrar as emoções dos desportistas, através das atribuições que realizam aos resultados desportivos, evitando assim, a regularidade de atribuir a causas externas o insucesso e a causas internas o sucesso, vendo a atribuição e as reflexões sobre os resultados obtidos, como um meio para mobilizar os seus desportistas para os objetivos da equipa e/ou clube, nas diferentes competições.
1º REMATE DA SEMANA: "O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo." (Sir Winston Churchill)
2º REMATE DA SEMANA: "Quando um homem responsabiliza os outros pelos seus fracassos, é bom começar a responsabilizá-los também pelos seus sucessos."
(Samuel Langhorne Clemens)
(Samuel Langhorne Clemens)
Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 6-12-2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário