sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Violência! Para que te quero?

 À medida que avança a história da humanidade, evolui a tecnologia, o ensino, os instrumentos que utilizamos diariamente para que tenhamos melhor qualidade de vida, etc. Mas perante toda a evolução, parece-me que existem alguns contextos em que não conseguimos revelar grande crescimento. Ao invés dos progressos que tanto desejamos, para que a nossa qualidade de vida melhore, algumas pessoas insistem em aproveitar o contexto desportivo, para revelar uma extrema incapacidade de controlar o seu estilo primitivo de agressividade, má educação, falta de bom senso, etc.
 É verdade que a exigência social com que nos deparamos nos dias de hoje, leva a que a nossa vida nos proporcione um acumular de stressantes energias, que por sua vez despoletam uma nítida necessidade de libertação desses negativos estados emocionais. O equilíbrio emocional, poderá ser recuperado de várias formas, mas prejudicando os outros parece-me que seja o caminho errado. Esta semana assistimos a mais uma cena lamentável de destruição e violência, sinal evidente de retrocesso sócio-cultural. Refiro-me ao incêndio que deflagrou no topo da bancada norte do Estádio da Luz, após o jogo Benfica-Sporting, provocada mais uma vez por, “não sei quem”! Com isto não quero tomar partido de qualquer um dos clubes, pois comportamentos violentos, infelizmente são apanágio habitual de adeptos de qualquer um dos clubes portugueses. Sem dúvida, que sempre que isto acontece, pessoas que nada têm a ver com a situação, poderão ser gravemente prejudicadas. Neste sentido, penso que será importante que as autoridades penalizem implacavelmente sujeitos que pratiquem este tipo de comportamentos, carentes de civismo e boa educação.
Assistir a espectáculos desportivos, cinema, teatro… são atividades de lazer, que qualquer família terá o direito de desfrutar, com todo o conforto e segurança. O desenvolvimento destas atividades, é diretamente influenciado pelo número de espetadores envolvidos na assistência dos eventos. Quanto maior procura houver, maior necessidade existirá por parte das entidades organizadoras, de aumentar a sua qualidade. É evidente que se os senhores que diminuem o estado de conforto e segurança destes eventos, não sofrerem consequências implacáveis, teremos grandes prejuízos associados. Neste sentido, os transgressores não deverão ser apenas multados, mas sim severamente “castigados”.
Infelizmente a violência não se restringe apenas ao que se passa nas bancadas. Muitas vezes são consequências de algumas “faíscas” causadas por palavras ou comportamentos de dirigentes, jogadores, comunicação social, entre outros, que de uma forma irresponsável, acendem um “rastilho”, ligado ao “dinamite” dos adeptos dos clubes, que espontaneamente explode nas bancadas ou fora delas, devendo-se este facto, a uma carência de controlo emocional dos vários intervenientes. 

REMATE DA SEMANA: "A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota." Jean-Paul Sartre

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 29.11.2011

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