«vi que o guarda-redes lançava-se bem e pensei em marcar desta forma, era mais fácil fazendo cair o guarda-redes. Quis também colocar um pouco de pressão sobre os ingleses». E não é que conseguiu! A verdade é que Ashley Young falhou o penalti seguinte, tendo sido um momento crucial para que a equipa italiana ficasse por cima emocionalmente… e desportivamente!
Segundo
Golman (1995), quando vivemos um acontecimento semelhante a outro já vivenciado
no passado, ao qual conotamos determinada emoção, temos tendência a
associar-lhe o mesmo sentimento emocional já experimentado. Por esta razão, o
jogador tem alterações negativas do estado emocional quando confrontado com
situações nas quais teve insucesso, sentindo receio ou medo no confronto com
essas situações.
Visto isto,
penso que Pirlo teve uma decisão inteligentíssima, fazendo evidenciar o trauma
da Inglaterra nas grandes penalidades. Relembro que a
equipa inglesa já disputou sete desempates em Europeus ou Mundiais e só ganhou
um. De resto, há exatamente oito anos também foi eliminada desta forma por
Portugal, no Euro 2004, como referi anteriormente, Hélder Postiga marcou uma
grande penalidade da mesma forma. A marcação da grande penalidade por parte de
Pirlo, poderá ter proporcionando que os jogadores ingleses, revivessem sentimentos de
insucesso, mesmo depois de terem estado em vantagem, desencadeando assim,
alguma perturbação emocional nos adversários. Como refere Damásio (2000), naturalmente
um estado de grande perturbação emocional pode conduzir a decisões irracionais.
A emoção faz parte dos processos de raciocínio e tomada de decisão.
REMATE
DA SEMANA: Se
soubermos que um obstáculo é intransponível, deixa de ser um obstáculo para se
tornar um ponto de partida. (Juzsef Eorvos)
Artigo
Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 26.06.2012
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