Defender bem é sem dúvida
importante, mas atacar bem, tem uma importância igual! A equipa deverá fazer
com que estes dois momentos sejam dependentes/consequentes, sendo a maneira de
defender uma consequência da maneira de atacar e vice-versa.
Recuperação da posse da bola
Existem várias formas de encarar
o momento da defesa e transição para o ataque! Em determinadas equipas todos
defendem, noutras, alguns jogadores ficam desresponsabilizados da ação de
defender e ainda, em algumas equipas existem jogadores que defendem quando a
bola está em determinada zona do campo, mas quando sai dessa zona de
responsabilidade, a sua preocupação é posicionar-se, para que esteja prontamente
preparado para atacar, no momento da recuperação. Todas elas são válidas e
legítimas, dependendo da ideia de jogo do treinador, das caraterísticas dos
seus jogadores, inevitavelmente do adversário que defronta…
Segundo Garganta (1997) “é importante que a equipa recupera a posse
de bola garantindo a continuidade para o jogo ofensivo, criando de seguida
desequilíbrios e surpreender o seu adversário.”
Outro aspeto que me parece
relevante é o local onde a equipa recupera a posse de bola. Este fator condiciona
a forma como a equipa a seguir vai transitar para o ataque. Segundo Rui Quinta
(2003) “se eu recuperar a bola numa zona,
ataco de uma maneira, se recuperar noutra, ataco de outra forma”.
Transição defesa ataque
Porque estes dois momentos (ataque
e defesa) estão conectados pelos denominados momentos de transição, uma equipa
quando defende, deve estar preparada para transitar com a possível segurança,
de modo a comportar-se de acordo com prossupostos definidos. A equipa deve ter
definido um conjunto de comportamentos, ordenados por prioridades, que devem
ser operacionalizados no jogo, em função do contexto onde se insere. Por
exemplo, a equipa quando recupera a posse de bola 1) coloca-a rapidamente num
jogador que fique em posição de finalizar, sem que dê tempo ao adversário de se
organizar, ou caso não o consiga fazer 2) tira a bola da zona de pressão,
levando a que consiga preparar um ataque, ganhando vantagem, através da
exploração de espaços com menor densidade de adversários, em determinada parte
do terreno de jogo. Saliento ainda que equipas altamente especializadas ex. FC
Barcelona, conseguem manter a posse de bola e preparar o ataque, mesmo circulando
a bola em zonas de pressão, daí a relatividade destas formas de transição que
enunciei. É imprescindível que se considere a qualidade dos intervenientes, o
modelo de jogo e estratégia da equipa, etc.
No meu ponto de vista, todas as
estratégias são válidas desde que sejam devidamente enquadradas naquilo que são
as pretensões da equipa para o jogo. O mais importante é que estes aspetos
estejam previstos no modelo de jogo e devidamente treinados, para que a equipa
faça da defesa, uma poderosa arma de ataque!
REMATE DA SEMANA: “Às vezes,
quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ...
sou tentado a pensar ... não existem pequenas coisas.” Bruce Barton
Artigo publicado no Jornal Tribuna
Desportiva de 8.01.2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário