segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Defender para não Perder ou Defender para Ganhar?


Apesar das equipas fazerem tudo para não sofrer golos, a defesa não deverá ser o fim, mas o início de um caminho para a vitória. Defender, deve ser encarado como o primeiro passo do ataque, que proporcionará o golo e o consequente momento de êxtase entre jogadores, adeptos, …

Defender bem é sem dúvida importante, mas atacar bem, tem uma importância igual! A equipa deverá fazer com que estes dois momentos sejam dependentes/consequentes, sendo a maneira de defender uma consequência da maneira de atacar e vice-versa.

Recuperação da posse da bola

Existem várias formas de encarar o momento da defesa e transição para o ataque! Em determinadas equipas todos defendem, noutras, alguns jogadores ficam desresponsabilizados da ação de defender e ainda, em algumas equipas existem jogadores que defendem quando a bola está em determinada zona do campo, mas quando sai dessa zona de responsabilidade, a sua preocupação é posicionar-se, para que esteja prontamente preparado para atacar, no momento da recuperação. Todas elas são válidas e legítimas, dependendo da ideia de jogo do treinador, das caraterísticas dos seus jogadores, inevitavelmente do adversário que defronta…

Segundo Garganta (1997) “é importante que a equipa recupera a posse de bola garantindo a continuidade para o jogo ofensivo, criando de seguida desequilíbrios e surpreender o seu adversário.”

Outro aspeto que me parece relevante é o local onde a equipa recupera a posse de bola. Este fator condiciona a forma como a equipa a seguir vai transitar para o ataque. Segundo Rui Quinta (2003) “se eu recuperar a bola numa zona, ataco de uma maneira, se recuperar noutra, ataco de outra forma”.

Transição defesa ataque

Porque estes dois momentos (ataque e defesa) estão conectados pelos denominados momentos de transição, uma equipa quando defende, deve estar preparada para transitar com a possível segurança, de modo a comportar-se de acordo com prossupostos definidos. A equipa deve ter definido um conjunto de comportamentos, ordenados por prioridades, que devem ser operacionalizados no jogo, em função do contexto onde se insere. Por exemplo, a equipa quando recupera a posse de bola 1) coloca-a rapidamente num jogador que fique em posição de finalizar, sem que dê tempo ao adversário de se organizar, ou caso não o consiga fazer 2) tira a bola da zona de pressão, levando a que consiga preparar um ataque, ganhando vantagem, através da exploração de espaços com menor densidade de adversários, em determinada parte do terreno de jogo. Saliento ainda que equipas altamente especializadas ex. FC Barcelona, conseguem manter a posse de bola e preparar o ataque, mesmo circulando a bola em zonas de pressão, daí a relatividade destas formas de transição que enunciei. É imprescindível que se considere a qualidade dos intervenientes, o modelo de jogo e estratégia da equipa, etc.

No meu ponto de vista, todas as estratégias são válidas desde que sejam devidamente enquadradas naquilo que são as pretensões da equipa para o jogo. O mais importante é que estes aspetos estejam previstos no modelo de jogo e devidamente treinados, para que a equipa faça da defesa, uma poderosa arma de ataque!

REMATE DA SEMANA: “Às vezes, quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ... sou tentado a pensar ... não existem pequenas coisas.” Bruce Barton

Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 8.01.2013

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