domingo, 24 de novembro de 2013

“Jovens-Velhos” e o Desporto!


É um facto inegável que cada dia que passa envelhecemos mais um pouco. Este é um processo natural e irreversível. Apesar disso, é inegável também que a forma como envelhecemos difere de pessoa para pessoa, dependendo fundamentalmente do nosso estilo de vida. Manter um estilo de vida ativo torna-se fundamental na manutenção de capacidades funcionais do individuo. É certo que as perdas destas capacidades, inevitavelmente, vão acontecendo gradualmente, mas o facto de se manter ativo, retarda, e muito, a sua perda.

Estando certo que a qualidade de vida, está associada a um bom desempenho motor, a prática de atividade física torna-se um aspeto fundamental. Uma pessoa que perca a força, coordenação, flexibilidade e equilíbrio, fica condicionada ou mesmo impedida de realizar atividades do quotidiano tais como, ir às compras, levantar-se de uma cadeira, vestir-se, cozinhar, entre outras, tornando-se assim uma pessoa dependente. Sabemos nós que a dependência de outro para viver, é uma condição que afeta o idoso em todas as suas dimensões (psicologicamente, socialmente, ...).

Assim sendo, torna-se fundamental contrariar a ideia de que quanto mais velho é a pessoa, menos ativo se torna. Nos dias de hoje, com a quantidade de informação que passa nas nossas vidas, já todos nos apercebemos dos benefícios para a saúde associados a uma prática desportiva regular, nomeadamente na prevenção de doenças cardíacas e AVC’s, redução da pressão arterial, aumentar os níveis do “colesterol bom” (HDL), diminuição do nível do “mau colesterol” (LDL), estimula a vascularização, redução dos riscos de obesidade quando combinada com uma boa alimentação, etc.

Cabe-nos a todos encontrar estratégias para que os idosos, tenham um estilo de vida que os leve a sentirem-se “jovens velhos”! Jovens - pela forma como disfrutam da vida e velhos - pelo saber de experiências feito! A atividade física será um meio importantíssimo para atingir esse fim, pois os benefícios para a saúde que lhe são associados, os momentos de diversão e entretenimento que proporciona, facilita o processo de envelhecimento saudável e fundamentalmente, feliz.

Se por um lado conseguimos ver inúmeros benefícios neste tipo de atividades, por outro, deveremos ter a consciência de que uma prescrição mal realizada, uma atividade desenquadrada com as capacidades do praticante pode ter prejuízos devastadores, colocando mesmo em causa a sua integridade. Neste sentido, é situação incondicional que o exercício seja prescrito e controlado por profissionais habilitados para o efeito.

Tendo tudo isto em conta, seria uma excelente iniciativa, a criação de organizações que promovam a cooperação entre instituições, no sentido de proporcionar aos jovens velhos um conjunto de atividades desportivas, orientadas por profissionais devidamente habilitados. Tendo em conta as infraestruturas desportivas que estão subaproveitadas, p. ex. pavilhões, porque não se proporciona autarquicamente ou associativamente, que profissionais utilizem essas mesmas infraestruturas para melhorar a qualidade de vida de quem não tem acesso a outra forma de prática desportiva? Porque não se criam redes de transporte que permitam que os jovens velhos possam disfrutar por exemplo de uma piscina municipal? E temos uma grande vantagem, é que esta faixa etária tem, normalmente, disponibilidade de tempo ao longo do dia, permitindo que utilizem as infraestruturas em períodos de baixa utilização.

REMATE DA SEMANA: "A tragédia da vida é que ficamos velhos cedo demais. E sábios, tarde demais." Benjamin Franklin

Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 4.11.2013

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