É
um facto inegável que cada dia que passa envelhecemos mais um pouco. Este é um
processo natural e irreversível. Apesar disso, é inegável também que a forma
como envelhecemos difere de pessoa para pessoa, dependendo fundamentalmente do
nosso estilo de vida. Manter um estilo de vida ativo torna-se fundamental na
manutenção de capacidades funcionais do individuo. É certo que as perdas destas
capacidades, inevitavelmente, vão acontecendo gradualmente, mas o facto de se manter
ativo, retarda, e muito, a sua perda.
Estando certo que a qualidade de
vida, está associada a um bom desempenho motor, a prática de atividade física
torna-se um aspeto fundamental. Uma pessoa que perca a força, coordenação,
flexibilidade e equilíbrio, fica condicionada ou mesmo impedida de realizar
atividades do quotidiano tais como, ir às compras, levantar-se de uma cadeira,
vestir-se, cozinhar, entre outras, tornando-se assim uma pessoa dependente.
Sabemos nós que a dependência de outro para viver, é uma condição que afeta o
idoso em todas as suas dimensões (psicologicamente, socialmente, ...).
Assim sendo, torna-se fundamental
contrariar a ideia de que quanto mais velho é a pessoa, menos ativo se torna.
Nos dias de hoje, com a quantidade de informação que passa nas nossas vidas, já
todos nos apercebemos dos benefícios para a saúde associados a uma prática
desportiva regular, nomeadamente na prevenção de doenças cardíacas e AVC’s,
redução da pressão arterial, aumentar os níveis do “colesterol bom” (HDL), diminuição
do nível do “mau colesterol” (LDL), estimula a vascularização, redução dos
riscos de obesidade quando combinada com uma boa alimentação, etc.
Cabe-nos a todos encontrar
estratégias para que os idosos, tenham um estilo de vida que os leve a sentirem-se
“jovens velhos”! Jovens - pela forma como disfrutam da vida e velhos - pelo saber de experiências feito! A atividade
física será um meio importantíssimo para atingir esse fim, pois os benefícios
para a saúde que lhe são associados, os momentos de diversão e entretenimento
que proporciona, facilita o processo de envelhecimento saudável e
fundamentalmente, feliz.
Se por um lado conseguimos ver
inúmeros benefícios neste tipo de atividades, por outro, deveremos ter a
consciência de que uma prescrição mal realizada, uma atividade desenquadrada
com as capacidades do praticante pode ter prejuízos devastadores, colocando
mesmo em causa a sua integridade. Neste sentido, é situação incondicional que o
exercício seja prescrito e controlado por profissionais habilitados para o
efeito.
Tendo tudo isto em conta, seria
uma excelente iniciativa, a criação de organizações que promovam a cooperação
entre instituições, no sentido de proporcionar aos jovens velhos um conjunto de
atividades desportivas, orientadas por profissionais devidamente habilitados.
Tendo em conta as infraestruturas desportivas que estão subaproveitadas, p. ex.
pavilhões, porque não se proporciona autarquicamente ou associativamente, que
profissionais utilizem essas mesmas infraestruturas para melhorar a qualidade
de vida de quem não tem acesso a outra forma de prática desportiva? Porque não
se criam redes de transporte que permitam que os jovens velhos possam disfrutar
por exemplo de uma piscina municipal? E temos uma grande vantagem, é que esta
faixa etária tem, normalmente, disponibilidade de tempo ao longo do dia,
permitindo que utilizem as infraestruturas em períodos de baixa utilização.
REMATE DA SEMANA: "A tragédia da vida é que ficamos velhos cedo demais. E sábios, tarde
demais." Benjamin Franklin
Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva
de 4.11.2013
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