domingo, 18 de novembro de 2012

Sedentarismo? Não obrigado!


De uma forma superficial, pode definir-se o sedentarismo como um estilo de vida com ausência de atividade física suficiente, para suprir as necessidades de gasto calórico.

Este estilo de vida provem de diferentes fatores. Considera-se como principal fator, a evolução tecnológica, que alterou significativamente a forma de viver das pessoas. A substituição das práticas laborais e de lazer, caraterizadas anteriormente por uma vertente predominantemente manual, pela utilização de utensílios tecnológicos, proporciona um maior conforto, mas que por outro lado, leva a que as pessoas tendam a não compensar a necessidade de gasto de energia.

 Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que nos países desenvolvidos mais de dois milhões de mortes são atribuíveis ao sedentarismo, e que 60 a 80% da população mundial não é suficientemente ativa para obter benefícios na saúde” (Organização Mundial de Saúde, 2002).Pelos estudos que fui consultando, parece-me que Portugal é referência, pela negativa, dos países com maior taxa de sedentarismo. Segundo dados do Eurobarómetro, Citizens of European Unions and Sportpara além de existir uma taxa de cerca de 80% de sedentarismo em Portugal, 66% dos cidadãos portugueses com mais de 15 anos, revelaram não praticar qualquer tipo de desporto ou atividade física.

Todos devem praticar exercício, sem exceção. Existem diferentes formas de adequar as atividades, para que sejam praticáveis, sem qualquer risco, nos diferentes tipos de populações. Um adulto deverá em média, praticar exercício cinco vezes por semana, com uma intensidade suficiente para que produza alterações benéficas, contribuindo assim, para uma otimização do seu estado de saúde. Alerto que a tipologia, intensidade, duração do exercício difere de pessoa para pessoa!

Sem dúvida, que com a chegada do inverno, as razões para não sair de casa aumentam, aumentando em paralelo, a ausência de prática desportiva. As idas ao parque, as caminhadas pela cidade, os passeios de bicicleta…, começam a ser substituídas pelos climatizados centro comerciais e habitações. O que considero altamente prejudicial! Na verdade, não há desculpa para não sair de casa! Existe equipamento desportivo para que possamos praticar exercício ao ar livre, de forma confortável. Se mesmo assim não quiser enfrentar as condições climatéricas, poderá optar por outras soluções, basta alguma criatividade! Ficam alguns exemplos: ida a uma piscina coberta em família, convide um colega para jogar squash, junte um grupo de amigos e alugue o pavilhão praticando um desporto de equipa (coletivo), faça um passeio a uma estância de esqui, entre muitas outras, etc. Caso vá praticar um determinidao desporto pela primeira vez, recomendo que se informe do equipamento necessário e das regras de segurança, para que de forma alguma, ponha a sua integridade e dos seus acompanhantes em risco.

Para além dos benefícios para a saúde, a prática de exercício, reflete-se de forma significativa ao nível económico e comunitário. Dados de vários países indicam que o sedentarismo tem um custo muito elevado. Segundo documentos do Instituto do Desporto de Portugal, “por exemplo, a razão custo/benefício relativamente ao absentismo é de 1/4,9 e às despesas com os cuidados de saúde é de 1/3,4. Para cada euro investido em programas de promoção as saúde envolvendo a atividade física verifica-se uma redução de 4,9 euros nos custos com o absentismo e de 3,4 euros com os cuidados de saúde.” Mais uma razão para que em momento algum deixe de praticar desporto, na verdade faz bem a si e à nossa carteira!

FRASE DA SEMANA: É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os”. Alexandre Herculano

Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 13.11.2012

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