De uma forma superficial, pode definir-se o sedentarismo como um
estilo de vida com ausência de atividade física suficiente, para suprir as
necessidades de gasto calórico.
Este estilo de vida provem de diferentes fatores. Considera-se
como principal fator, a evolução tecnológica, que alterou significativamente a
forma de viver das pessoas. A substituição das práticas laborais e de lazer,
caraterizadas anteriormente por uma vertente predominantemente manual, pela
utilização de utensílios tecnológicos, proporciona um maior conforto, mas que
por outro lado, leva a que as pessoas tendam a não compensar a necessidade de
gasto de energia.
“ Segundo a Organização
Mundial de Saúde, estima-se que nos países desenvolvidos mais de dois milhões
de mortes são atribuíveis ao sedentarismo, e que 60 a 80% da população mundial
não é suficientemente ativa para obter benefícios na saúde” (Organização
Mundial de Saúde, 2002).Pelos
estudos que fui consultando, parece-me que Portugal é referência, pela
negativa, dos países com maior taxa de sedentarismo. Segundo dados do
Eurobarómetro, “Citizens of
European Unions and Sport” para
além de existir uma taxa de cerca de 80% de sedentarismo em Portugal, 66%
dos cidadãos portugueses com mais de 15 anos, revelaram não praticar qualquer
tipo de desporto ou atividade física.
Todos devem praticar exercício, sem
exceção. Existem diferentes formas de adequar as atividades, para que sejam
praticáveis, sem qualquer risco, nos diferentes tipos de populações. Um adulto
deverá em média, praticar exercício cinco vezes por semana, com uma intensidade
suficiente para que produza alterações benéficas, contribuindo assim, para uma
otimização do seu estado de saúde. Alerto que a tipologia, intensidade, duração
do exercício difere de pessoa para pessoa!
Sem dúvida, que com a chegada do
inverno, as razões para não sair de casa aumentam, aumentando em paralelo, a
ausência de prática desportiva. As idas ao parque, as caminhadas pela cidade,
os passeios de bicicleta…, começam a ser substituídas pelos climatizados centro
comerciais e habitações. O que considero altamente prejudicial! Na verdade, não
há desculpa para não sair de casa! Existe equipamento desportivo para que
possamos praticar exercício ao ar livre, de forma confortável. Se mesmo assim
não quiser enfrentar as condições climatéricas, poderá optar por outras soluções,
basta alguma criatividade! Ficam alguns exemplos: ida a uma piscina coberta em
família, convide um colega para jogar squash, junte um grupo de amigos e alugue
o pavilhão praticando um desporto de equipa (coletivo), faça um passeio a uma
estância de esqui, entre muitas outras, etc. Caso vá praticar um determinidao
desporto pela primeira vez, recomendo que se informe do equipamento necessário
e das regras de segurança, para que de forma alguma, ponha a sua integridade e
dos seus acompanhantes em risco.
Para além dos benefícios para a saúde, a prática de
exercício, reflete-se de forma significativa ao nível económico e comunitário.
Dados de vários países indicam que o sedentarismo tem um custo muito elevado. Segundo
documentos do Instituto do Desporto de Portugal, “por exemplo, a razão custo/benefício relativamente ao absentismo é de
1/4,9 e às despesas com os cuidados de saúde é de 1/3,4. Para cada euro
investido em programas de promoção as saúde envolvendo a atividade física
verifica-se uma redução de 4,9 euros nos custos com o absentismo e de 3,4 euros
com os cuidados de saúde.” Mais uma razão para que em momento algum deixe de praticar desporto, na
verdade faz bem a si e à nossa carteira!
FRASE DA SEMANA: “É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os
obstáculos; a vontade vence-os”. Alexandre Herculano
Artigo Publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 13.11.2012
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