Desde a criança, passando pelos
adultos até aos mais velhos o desporto deve chegar a todas as populações. São
perentórios os estudos realizados nas mais diversas faixas etárias,
evidenciando os benefícios da atividade desportiva. O tema que vos trago hoje,
prende-se com a necessidade do desporto nos idosos. De facto existe uma relação
entre o aumento de doenças e a perda de funcionalidade. Esta perda de funcionalidade
levará ao um aumento das incapacidades, que fazem com que o idoso tenha
necessariamente de depender de outras pessoas ou equipamentos.
Entre vários fatores qua afetam
esta população, a sarcopenia (perda de massa muscular) tem sido apontada como uma
das principais causas das dificuldades apresentadas, ao nível da locomoção,
transferência de peso e equilíbrio. O aumento desta condicionante limitativa,
está relacionado com a baixa estimulação neuromuscular, o que é um dos
principais argumentos que justificam a prática de atividade física nos idosos.
No entanto, deverá ter-se presente que dadas as caraterísticas deste tipo de
populações, torna-se importante que a prescrição de atividade desportiva, seja
feita com um elevado rigor. Uma correta avaliação das capacidades do idoso será
condição indispensável, para que possa ser sujeito a um programa de atividades
que se enquadrem nos limites funcionais do praticante. Em idades mais avançadas
o praticante torna-se mais vulnerável a lacerações cutâneas, lesões
músculo-esqueléticas, etc.
Mas nem só benefícios relacionados
com as capacidades de movimento trás a atividade desportiva. Segundo a Surgeon
General Report (1996), a atividade desportiva, realizada de forma regular,
produz benefícios ao nível cardíaco, respiratório, endócrino, aumenta a
densidade óssea, tudo isto, provocando um associado decréscimo do risco de
morte prematura, risco de doença coronária, hipertensão, cancro do cólon,
diabetes, obesidade, reduzindo também estados de ansiedade e depressão, provoca
boa disposição e aumenta o prazer de viver.
Para além de diversos programas
formais, sempre que possa, o idoso deve ser estimulado para desenvolver outras
atividades complementares que permitem o desenvolvimento das suas capacidades
funcionais tais como a marcha, a dança, a natação entres outras. Importante
também, é que as atividades propostas sejam motivantes e que proporcionem a
expressão pelo movimento, encorajando a independência e autonomia. Quando as
condições anteriores são asseguradas, o sentimento de bem-estar também será
assegurado, proporcionando um aumento do índice de autoestima e autoeficácia,
evitando o aparecimento de sensações negativas tais como o sentir que são
fontes de preocupações para os outros.
Segundo dados do INE
perspetiva-se que nos próximos 25 anos a população com mais de 65 anos
duplique, em relação aos jovens. Assim sendo, torna-se necessário que a sociedade
se prepare para estas modificações, no sentido de proporcionar um melhor estado
de saúde e um aumento de qualidade de vida a esta população. Não se esqueça, um
dia será você a lá estar!
REMATE DA SEMANA: “Envelhecer ainda é a única maneira que se
descobriu de viver muito tempo”. Charles Saint-Beuve
Artigo publicado no Jornal
Tribuna Desportiva de 12.02.2013
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