domingo, 21 de abril de 2013

Idosos: O Desporto tem de ser para todos!


Desde a criança, passando pelos adultos até aos mais velhos o desporto deve chegar a todas as populações. São perentórios os estudos realizados nas mais diversas faixas etárias, evidenciando os benefícios da atividade desportiva. O tema que vos trago hoje, prende-se com a necessidade do desporto nos idosos. De facto existe uma relação entre o aumento de doenças e a perda de funcionalidade. Esta perda de funcionalidade levará ao um aumento das incapacidades, que fazem com que o idoso tenha necessariamente de depender de outras pessoas ou equipamentos.

Entre vários fatores qua afetam esta população, a sarcopenia (perda de massa muscular) tem sido apontada como uma das principais causas das dificuldades apresentadas, ao nível da locomoção, transferência de peso e equilíbrio. O aumento desta condicionante limitativa, está relacionado com a baixa estimulação neuromuscular, o que é um dos principais argumentos que justificam a prática de atividade física nos idosos. No entanto, deverá ter-se presente que dadas as caraterísticas deste tipo de populações, torna-se importante que a prescrição de atividade desportiva, seja feita com um elevado rigor. Uma correta avaliação das capacidades do idoso será condição indispensável, para que possa ser sujeito a um programa de atividades que se enquadrem nos limites funcionais do praticante. Em idades mais avançadas o praticante torna-se mais vulnerável a lacerações cutâneas, lesões músculo-esqueléticas, etc.

Mas nem só benefícios relacionados com as capacidades de movimento trás a atividade desportiva. Segundo a Surgeon General Report (1996), a atividade desportiva, realizada de forma regular, produz benefícios ao nível cardíaco, respiratório, endócrino, aumenta a densidade óssea, tudo isto, provocando um associado decréscimo do risco de morte prematura, risco de doença coronária, hipertensão, cancro do cólon, diabetes, obesidade, reduzindo também estados de ansiedade e depressão, provoca boa disposição e aumenta o prazer de viver.

Para além de diversos programas formais, sempre que possa, o idoso deve ser estimulado para desenvolver outras atividades complementares que permitem o desenvolvimento das suas capacidades funcionais tais como a marcha, a dança, a natação entres outras. Importante também, é que as atividades propostas sejam motivantes e que proporcionem a expressão pelo movimento, encorajando a independência e autonomia. Quando as condições anteriores são asseguradas, o sentimento de bem-estar também será assegurado, proporcionando um aumento do índice de autoestima e autoeficácia, evitando o aparecimento de sensações negativas tais como o sentir que são fontes de preocupações para os outros.

Segundo dados do INE perspetiva-se que nos próximos 25 anos a população com mais de 65 anos duplique, em relação aos jovens. Assim sendo, torna-se necessário que a sociedade se prepare para estas modificações, no sentido de proporcionar um melhor estado de saúde e um aumento de qualidade de vida a esta população. Não se esqueça, um dia será você a lá estar!

REMATE DA SEMANA: “Envelhecer ainda é a única maneira que se descobriu de viver muito tempo”. Charles Saint-Beuve
Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 12.02.2013

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