Por uma lógica de justiça, o treinador com melhor
rendimento desportivo, deveria ver o seu mérito reconhecido pelos dirigentes
desportivos e ter a oportunidade de treinar clubes cada vez mais prestigiados. Quando
falo em rendimento, não me refiro só a títulos, mas sim à relação entre
recursos disponíveis (jogadores, infraestruturas, equipamentos de apoio ao
treino, staff, entre outros) e resultados alcançados. Mas, na verdade existe
uma lógica que transcende o senso comum, que me leva a concluir que em
determinadas situações (e são muitas) o mérito pouca influência tem na escolha
de um treinador.
Costinha é um exemplo disso mesmo. Enquanto jogador foi
extraordinário, ganhando a Liga francesa
(1999/2000), Supertaça francesa (2000/2001), Taça UEFA (2002/2003),Liga
portuguesa (2002/2003 e 2003/2004), Taça de Portugal (2002/2003), Supertaça
Portuguesa (2002/2003 e 2003/2004), Liga dos Campeões da UEFA (2003/2004), Taça
Intercontinental (2004). Também ao serviço da seleção teve prestações dignas
que ficam na história do futebol português. Mas, quando analisamos o seu
percurso pós carreira de jogador profissional de futebol, muitas dúvidas pairam
no ar. Ora vejamos, no dia 25 de Fevereiro de 2010, foi anunciado como o
novo diretor Desportivo do Sporting Clube de Portugal, tendo desempenhado
funções até ser despedido em 9 de Fevereiro de 2011, como se pode avaliar o seu
com contributo ao Sporting? A resposta fica para si! Em 2011 ainda assume a
função de diretor desportivo do Servette, tendo sido “libertado” no ano
seguinte. Qual foi o seu contributo? A resposta fica para si! Em Fevereiro de
2013, Costinha assinou um contrato válido até ao final da época 2012/2013 com o
clube Beira Mar, para assumir as funções de técnico principal. Atingiu o
objetivo? A resposta fica para si!
Então, como prova do seu (des)mérito tem a oportunidade de
treinar o Paços de Ferreira na presente época, equipa com uma herança bastante
pesada tendo em conta a brilhante classificação da época passada. Mais… tem
também a oportunidade de disputar a Liga dos Campeões. Pois é… a Liga dos Campeões
talvez seja uma prova demasiado exigente para o Paços de Ferreira, portanto
tolera-se que tenham sido eliminados! Relativamente à primeira liga portuguesa,
o Paços de Ferreira ainda não ganhou um único jogo. O calendário também não foi
o mais favorável, pois os Castores já defrontaram o Sporting de Braga, perdendo
(0-2), já defrontaram o F.C. Porto, perdendo (0-1), já defrontaram o Benfica,
perdendo (3-1), é verdade há treinadores com um azar desgraçado! Ups será que
se confirma aquele ditado popular que diz que “azar vem de azelha”! Deixando intencionalmente para o fim, o Paços
de Ferreira também perdeu com o Olhanense por (1-0), o Olhanense treinado por
Abel Xavier que nunca treinou nenhuma equipa e nem sequer adjunto foi... Mais
um treinador sem méritos, nem (des)méritos, enfim… sem carreira! Como é que
alguém chega a uma equipa profissional do nada? É mais uma história que fica
por contar! Algo que rodeia o futebol para além do rendimento desportivo! Mas
isso já sabemos à muito!
Remate da
semana: “O mundo recompensa mais vezes as
aparências do mérito do que o mérito verdadeiro”. François La Rochefoucauld
Artigo publicado no Jornal Tribuna Desportiva de 17.09.2013
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